Homilia na abertura da XII Assembléia Diocesana de Pastoral 2009 - Diocese de Rubiataba
Textos: Rm 8, 31 – 39, Sl 133(132) e Jo 15, 1 – 17
Dom Adair José Guimarães
Homilia na abertura da XII Assembléia Diocesana de Pastoral 2009
Irmãos padres, irmãs religiosas, irmãos e irmãs consagrados, Povo Deus de Deus desta Diocese...
1.Hoje temos a grata satisfação de pedir ao Espírito Santo que venha sobre nós que iniciamos com esta celebração eucarística a esperada e importante Assembléia Diocesana 2009. Portanto, estamos começando a XII Assembléia Diocesana de Pastoral.
2.Queremos sentir com a Igreja e vislumbrar os sinais dos tempos para o nosso pequeno e humilde plano ou direcionamento pastoral que brotará desta Assembléia. Manifesto neste momento a profunda unidade de nossa Diocese com as prerrogativas pastorais da Igreja no Brasil e na América Latina e nossa fidelidade e obediência ao Santo Padre, timoneiro da Igreja do Senhor neste mundo.
3.Toda ação pastoral para ser eficaz precisa ter como centro de atenção o Cristo, o Senhor e Kírios, nosso ponto de partida e de chegada. O Apóstolo Paulo viveu a alegria de ser, a partir de sua conversão, todo imerso no Mistério do Ressuscitado e com ele também queremos dizer: “nada nos separará do amor de Cristo”.
4.Afinal, estar em Cristo não significa aniquilamento existencial ou empobrecimento de nossa liberdade; ao contrário, estar nele significa aprimoramento do nosso ser e da nossa existência. A permanência em Cristo resulta em libertação, entrega, amor e consciência do nosso empenho em favor da vida e do anúncio da Boa Nova. Permanecer em Cristo, contudo, tem um preço: aceitar as podas e estar aberto ao projeto de Deus e não aos nossos meros projetos humanos e satisfações pessoais.
5.O autentico servidor vive o discipulado com plena liberdade e não busca fazer a sua vontade, mas a daquele a quem serve. Jesus viveu a fidelidade à vontade do Pai.
6. Nosso modelo é aquilo que Jesus mesmo viveu no seu relacionamento com o Pai. Ele diz: "Assim como o Pai me amou, também eu amei vocês. Permaneçam no meu amor!" Ele insiste em dizer que devemos permanecer nele e que as palavras dele devem permanecer em nós. E chega a dizer: "Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, aí podem pedir qualquer coisa e vocês o terão!" Pois o que o Pai mais quer é que nos tornemos discípulos e discípulas de Jesus e, assim, produzamos muito fruto.
7.Hoje nossa Igreja Diocesana, reunida como uma grande família, para realizar sua XII Assembléia Pastoral, precisa ter presente o que o Senhor pede de nós através de sua palavra. Que nossa Assembléia seja realmente iluminada. Afinal, o que é uma Assembléia Diocesana de Pastoral? É a reunião solene, uma convocação dos representantes das pastorais e movimentos da diocese, das paróquias para decidir as prioridades da missão evangelizadora da Diocese.
8. A Assembléia faz parte do processo de Planejamento da ação Pastoral. Supõe um processo de avaliação da caminhada diocesana e definição dos horizontes (objetivos gerais). A assembléia nos ajuda a perceber que Igreja queremos ser e viver neste pedaço de chão onde Deus nos chamou a construir o seu Reino, a Diocese de Rubiataba/Mozarlândia.
9. A Assembléia é um processo de envolvimento de todas as estruturas de organização, das comunidades paroquiais, pastorais, movimentos e outros. Enfim, envolvimento de todas as forças vivas da Diocese, em vista da avaliação e da definição das prioridades (objetivos específicos) da caminhada pastoral.
10. Durante este final de semana vamos tentar elencar alguns pontos importantes e prioritários para nossa ação pastoral geral. Aqui estão os padres, as irmãs e consagradas, agentes de pastoral e lideranças diocesanas e paroquiais para juntos rezarmos e pensarmos a ação pastoral de nossa amada Diocese.
11.Peço encarecidamente que todos trabalhem com paciência e muito amor. Uma assembléia pode suscitar aspereza de ânimo, antagonismo de idéias e interesses próprios em defender a todo custo idéias pessoais. A caridade deve ser o imperativo regulador de nossas atitudes na assembléia. Como nos ensinou Santo Agostinho tomemos dele o seguinte axioma "no essencial, a unidade; na dúvida, a liberdade; em tudo a caridade". Peço a todos o empenho pleno da caridade durante a assembléia. Não entremos calados e saiamos mudos da assembléia. Vamos falar, dar nossas sugestões e colaborar com nossas experiências e aproveitar para partilhar e trocar experiências que enriqueçam nossa ação pastoral.
12.Lembro a todos os participantes da XII Assembléia Diocesana que esta é uma oportunidade para elencar prioridades essenciais para vida de nossa Igreja. Precisamos caminhar em sintonia com os sinais de nosso tempo, em união com a CNBB e no espírito do Documento de Aparecida. Não poderá faltar ao nosso projeto de ação pastoral o empenho MISSIONÁRIO, a valorização serviços em favor da FAMÍLIA, uma opção séria com consequências práticas em favor do SETOR DA JUVENTUDE, ter presente que precisamos investir com toda a força nos trabalhos em favor das VOCAÇÕES, além de valorizar sobremaneira a CATEQUESE.
13.Precisamos organizar o COMIDE (Conselho Missionário Diocesano) e trabalhar incansavelmente a Infância e a Juventude missionária. Vivemos tempos de ardoroso trabalho da mídia pagã em favor da destruição dos valores da família; a Igreja é uma voz rouca no deserto da história em favor da família. É urgente aprimorar e organizar a Pastoral Familiar na Diocese. Não tenham medo de reunir os casais, bem como as famílias em encontros e retiros. Temos que arregaçar as mangas e valorizar a família e suscitar a renascença dos valores perdidos.
14.Nossa juventude está sendo tragada pela perversidade do mundo. As paróquias necessitam urgentemente organizar e valorizar o SETOR DA JUVENTUDE com criatividade e paciência. Precisamos escutar a juventude e dar espaço aos jovens dentro das estrutura pastoral da paróquia. As vocações estão dentro do Setor Juventude; os precisam trabalhar com todo afinco em favor das vocações na Diocese. Que serja organizado nas o SAV (Serviço de Animação Vocacional). Quanto a catequese, não é necessário dizer da sua importância, sua prioridade se impõe em razão do ser da própria Igreja que é catequizar.
15. No campo social entendemos que a PC, a PPI e a Sociedade São Vicente de Paulo cumprem uma tarefa fundamental no cuidado das pessoas que precisam de atenção e ajuda. Tais frentes pastorais externam o rosto da caridade de nossa Igreja Diocesana. Isso é profetismo e chamamento à boa consciência. Tivemos uma razoável participação na campanha de assinaturas em favor do Projeto de Lei de iniciativa popular que vetará a participação dos políticos com ficha suja nas eleições. Valeu a pena, pois colaboramos para que um milhão e trezentas mil assinaturas fosse coletadas. No próximo ano teremos mais uma campanha política, nossa tarefa é ajudar a reflexão e propor princípios que ajudem nosso povo a escolher livremente os candidatos que aproximem ao máximo do ideal de honestidade e serviço ao povo. Sacerdotes, religiosas, agentes de pastoral e coordenadores de serviços diocesanos não deverão se manifestar partidariamente, pois isso afronta o bom senso pastoral, divide a Igreja e breca a desenvoltura dos serviços de evangelização. Contenhamos nossos ânimos e intenções e deixemos o bom senso prevalecer. O evangelizador não deve se envolver partidariamente na política sob pena de prejuízo para o seu nobre trabalho.
16. Consagro a Nossa Senhora da Glória os trabalhos desta XII Assembléia. Que a Santíssima Virgem interceda por nós. Amém!