DISCURSÃO DE UM CASAL - TRAIÇÃO É QUESTÃO DE GÊNERO

Discursao de um casal

Traição

COMENTARISTA: Aquele dia parecia não ter mais fim, o que aconteceu, perpassou por muito tempo em mim, e nem poderia imaginar que eu cairia nessa aventura, ir ao encontro do passado, reescrever aqueles acontecimentos, não seria tão simples, eu chegar e dizer para comadre Terezinha que eu sei que o Zé estar com outra.

COMENTARISTA: Não aquilo ali foi uma visão alucinógena, estava delirando, não poderia ser verdade que o Zé que jurou amor eterno viesse trair a comadre. Só porque ela correspondia aos seus desejos animalescos. Ela não poderia expor o templo a uma banalização dessas. O Zé ficou obcecado pela fulaninha que morava ali... e o pior é que o Zé se realizava com ela. Mas isso não era aceito pela comadre Terezinha. Ela uma mulher prendada, ser trocada pela fulaninha, não a comadre não aceitava essa situação, tão vergonhosa de Zé ter outra.

COMENTARISTA; Até que um dia a comadre Terezinha foi se confessar com o padre Alberto, e contou sua situação.

O padre falou para ela não se preocupe por que ele vai cansar dessa vida devassa e vai parar com essa traição, isso é questão de tempo.

COMENTARISTA: É o padre estava certo, ele parou mesmo. Mais agora era a comadre que não queria mais o Zé. Estava pronta para deixá-lo e ir em busca de novos amores e aventuras como uma andaria; sair pelas ruas à procura de novos sabores. Mais aí é que está, quando ela falou para o Zé tudo isso, o Zé enlouqueceu.

ZE: A mulher tão prendada que é, quer se aventurar com outros amores, não isso eu não permito você é dona de casa, tem suas lavagens de roupa, tem seus meninos pra cuidar. Olha Terezinha quanta coisa tu tens a fazer, tu não pode sair assim de nossas vidas não. As crianças iam ficar com quem? Quem arrumaria a casa? Quem vai fazer a comida para nós? Tu não podes fazer isso!

Aí a Terezinha revidou:

TEREZINHA: poço e vou você não tem direito de sair e ficar com outra e por que eu não posso ter o mesmo direito. Quer dizer que eu só sirvo para lavar, cozinhar, cuidar da casa, das crianças, não Zé, o meu direito não se limita a essas obrigações não, elas tem que ser dividida com você, e isso é questão de gênero, ou você não sabe que as mulheres têm o mesmo direito que os homens? Pois fique Zé sabendo que tem. E que elas vão exigir para não serem escravizadas na beira do fogão que seja de o gás ou a lenha. Eu não sou empregada sua. Eu sou mulher e que trabalho dentro e fora de casa para dá uma condição melhor a nossa família, e você nunca percebeu meus esforços para investir no lar.

TEREZINHA: Agora Zé eu estou cansada dessa vida, de emprego de mulher escrava. Eu quero mesmo é a liberdade e suas juras de amor eterno que eterniza a nossa separação. E que fique com você todos os meus afazeres doméstico e maternal, que você tenha a responsabilidade que sua mulher até então tinha e tu não deste valor. E se deu valor nunca demonstrou. Agora cansei! Vou partir da sua vida, de sua casa e vou deixar de presente pra você é essas crianças que tem um pai desnaturado, e ainda Zé é pouco pra você pra aprender a dá valor ao amor que quando chega é de uma única vez. Mas com você dispensou-me só torço que seja feliz na medida de sua condição, porque as traições eu não esqueci e ainda hoje elas estão bem presente em mim.

ZE: Terezinha não faça isso comigo, você sabe que foi um momento de fraqueza. Eu te gosto muito!Não vá embora? Fique comigo, eu ainda posso fazer-te feliz não vá.

TEREZINHA: Olha Zé, as mesmas coisas eu dizia quando você ia atrás da fulaninha agora é tarde.

GRAÇA VIEIRA
Enviado por GRAÇA VIEIRA em 09/10/2009
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