Sujeito à modernidade.

Quem é o sujeito que se submete e se entrega aos desejos capturados pela mídia? É esse o sujeito da modernidade? Esse que diante da televisão, anúncios, frases e propagandas fica tão fragilizado, a mercê de sugestões de “mil e uma utilidades”? Esse sujeito que faz questão de se iludir com promessas para encontrar a plenitude da vida na embalagem descartável e no consumo exagerado. Consumo daquilo que promete beleza, alegria, liberdade, segurança, um corpo esbelto, enfim, oferece um modelo de perfeição, um protótipo, sem alternativas, para a aceitação em massa, padronização. E usando uma palavra da moda – homogeneização – onde tudo é possível e todos são iguais...

A cada dia, cresce uma necessidade cada vez maior, de ser sempre belo, sempre novo, e ter um sorriso “Colgate”, e bom senso fumando “Free”. Com tantos produtos “preenchendo” o vazio existencial do homem moderno, ainda existe a falta, cada vez mais engulidora – Falta espaço, falta tempo, ninguém pode mais perder tempo, porque outrora, como dizia o lema do capitalismo: “tempo é dinheiro” e “dinheiro... é felicidade” e “felicidade é poder gastar, comprar e consumir...”. Ninguém pode perder a novela das sete e depois, a das oito. Onde estiver, o sujeito pós-moderno, precisa “pré-encher” sua cabeça com sobrecarga de imagens e informações, evitando dessa forma, o pensamento, a reflexão que acabam atrofiando. Até na hora do almoço, a convidada de honra, é a televisão... São tantos botões, tantas religiões, logotipos, produtos “fantásticos”, tantos desejos, tantas faltas, tanto vazio. Muitas sugestões de como vestir, como andar, como emagrecer sem dieta, como tornar-se um homem de sucesso , como dominar seu marido, enfim, uma programação completa para a formação do indivíduo e seu acolhimento na sociedade.

Em meio a tantos “bons conselhos”, como saber quem sou eu? Como saber quem tu és? Como negar, filtrar, escolher e refletir, já que somos bombardeados de sugestões? Quem será excluído? Quem será o certo? Quem será o louco? Deixo abertas as perguntas, e pendentes as respostas.

Giovana Rossa
Enviado por Giovana Rossa em 19/09/2009
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