Difícil arte.

"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!" (Mário Quintana)

Já dizia Mário Quintana: não é fácil conviver. Nenhum tipo de relação é simples, por maior que seja a afinidade e pra saber se essa afinidade existe leva um tempo. Pra qualquer relacionamento é necessário que haja, primeiro, disposição. De ambas as partes. É preciso que os dois estejam dispostos. É aquele velho ditado: “quando um não quer, dois não brigam!”.

Mas dispostos a que?

Bom, dispostos a investir tempo de sua vida conhecendo o outro e, além disso, se conhecendo também. Descobrindo até onde vai sua capacidade de perdoar, porque conviver é isso: a arte de perdoar . Não adianta, se nós erramos até conosco mesmo imagina se alguém, por mais parecido que seja com você, também não vai errar? Sim, uma hora ou outra ele vai errar...

Seja numa coisinha “boba”, mas que pra você não vai ser tão boba assim, ele vai errar. Calar sentimentos, em momentos de maior tensão e de raiva é uma atitude sábia. Afinal, movidos pelo ódio, somos cruéis, somos duros, impiedosos e injustos, mas calar pra sempre algo que nos machucou não é bom. Relevar tudo de errado que o outro faz o leva a crer que nunca erra contigo e daí, quando você errar, vai ser sentenciado sem pena. Motivado pelo pensamento: “poxa, eu sempre fui legal com ele, nunca fiz nada que o machucasse e ele faz isso comigo!”. Ilusão essa que foi alimentada por um silêncio teu do passado. Sinceridade e transparência são importantes em uma pessoa, porém “ser sincero” não é sinônimo de “ser duro” ou agir com desrespeito. Há formas brandas de dizer o que se pensa, de falar o que se sente, sem agredir os outros. Entretanto, algumas coisas realmente não podem ser pronunciadas, senão, em conseqüência disso, mal entendidos podem ser gerados. Quando as palavras não disserem muita coisa, calar acaba sendo uma saída.

Mas é aquela coisa, você jamais pode se anular pra manter os outros perto. Perdoar é necessário, mas o perdão só existe quando há arrependimento. E reconhecer os erros não nos faz menos dignos, ao contrário, nos torna pessoas melhores. Em um bom relacionamento existe sim alguns momentos ruins, mas em um bom e verdadeiro relacionamento os momentos de alegrias e companheirismo são incontáveis e superam qualquer coisa.

Raquel Lima
Enviado por Raquel Lima em 24/08/2009
Código do texto: T1771026
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