Um "não sei o que" de querer.
Queria carregar comigo um pedacinho do céu, nevado e azul, que me trazia em cestas de pique-nique, embrulhado em pedaços de seda cor de laranja. Para então tirá-lo da minha bolsa em um dia escuro e cinza, quando todos poderiam entender o que é esta felicidade repentina que você me causa.
Queria trazer comigo um brigadeiro e um beijinho. Pra desembrulhá-los de suas embalagens laminadas, juntá-los e dar de presente a alguém. E este alguém entenderia que, até mesmo os melhores doces, ficam mais deliciosos juntos do que separados.
Queria carregar comigo o cheiro das damas da noite, da pitanga e da cidreira. Pra quando a saudade batesse, eu pudesse passar horas a me inebriar com estes perfumes, revivendo em mim as lembranças de dias melhores.
Queria mesmo um par de óculos escuros mágicos. Pra fazer sumir as dores do mundo, já que não tenho mais aqui o brilho dos teus olhos que ofuscava qualquer sofrimento.
Queria uma máquina do tempo e uma varinha de condão. Para fazer o mundo parar de girar, enquanto o corríamos todo a consertar suas imperfeições. E a certeza de que tudo valeu a pena viria logo, quando você pintasse em seu rosto aquele sorriso sincero.
(Te amo.)