POSSE DO MAESTRO CLOVIS PEREIRA NA ACADEMIA PERNAMBUCANA DE MUSICA - 28/04/2005

Deus deu a inteligência ao homem, para que ele evoluísse em sua existência material e espiritual. Legou, também, a todos nós, algo que considero sublime: a música – que nos envolve e encanta.

É na vibração física - desdobrada em som agradável -, que viajamos mundo afora, buscando explicação para aquilo que é invisível, mas que sentimos profundamente a presença, através da audição e do sentimento.

Pelo pensamento, elevamos nossas almas a pontos que não podemos descrever, como que estivéssemos numa “verdadeira viagem cósmica”, que mesmo de curta duração, perpetua indescritíveis momentos de contentamento e felicidade.

Pois bem. É por conta dessa arte tão bela, que estamos hoje nesta noite de festa, tendo eu a subida honra, a imensa responsabilidade e o grande desafio de falar sobre o Maestro Clovis Pereira Santos, que a partir de hoje, será para nosso gáudio, mais um ilustre Membro da Academia Pernambucana de Música, mercê de seu invejável talento e vastíssimo conhecimento musical.

Clovis Pereira Santos - Nasceu no dia 14 de maio de 1932, em Caruaru (PE). Filho de Luiz Gonzaga dos Santos (conhecido como Seu Luizinho), operador-projetista e pintor de cartazes dos Cines Caruaru e Santa Rosa. Como músico amador, nas horas vagas tocava clarinete na Sociedade Musical Nova Euterpe Caruaruense, nos tempos do Maestro Severino Ramos, de Zuza, Dionísio, Toinho da requinta, Gerôncio, Fructuoso, mestre Biu e outros de saudosa e rara lembrança.

Sua genitora, Dona Maria do Carmo, de prendas domésticas, trabalhava para ajudar o marido na educação dos filhos.

Conheceram-se nos idos de 1920, quando eram integrantes do bloco carnavalesco caruaruense “Corações Melodiosos”. Ela cantora e ele violonista.

Vê-se, pois, que a musica já integrava a “genética” do então menino Clovis, que ao raiar da adolescência, iniciou seus estudos de solfejo com seu pai. Com esses conhecimentos preliminares, começou a tocar seu primeiro instrumento – gaita de boca -.

Ficou conhecido na comunidade pelo fato de às noites sair marchando pela Rua José Bonifácio e descer o pé do monte, atravessando a praça José Bezerra (hoje Praça Nova Euterpe), para seguir com destino ao cinema de “seu Santino Cursino”, e ali assistir grandes filmes musicais exibidos à época. Igualmente, não perdia as audições do grande pianista caruaruense Iêdo Silva, na Livraria Brasil.

Em 1946, Clovis Pereira apresentou-se no Cine Santa Rosa, como solista de Gaita de Boca. A música já fazia parte do seu dia-a-dia.

Cada vez mais atraído e encantado pela magia dessa arte, passou a estudar piano com a professora Djanira Barbalho, grande mestra caruaruense, que muito ajudou ao jovem Clovis.

Já em 1948, seguindo a tradição de seu pai, ingressou na Euterpe Jazz como pianista, atendendo a um convite feito pelo maestro Casaquinha. Assim, aos dezesseis anos, teve inicio a sua carreira de músico profissional.

Em 1949, ainda residindo em Caruaru, formou parte do grupo musical para acompanhar a apresentação dos artistas internacionais RAYITO DE SOL E DON PEDRITO (O Rei do Bongô), em Show realizado no Cine Caruaru. Naquele ano, mudou-se para o Recife, a fim de estudar no Colégio Carneiro Leão, visando ingressar na Universidade.

Começou a freqüentar o auditório da PRA 8 – Rádio Clube de Pernambuco -, sendo contratado como solista de gaita – de – boca, para atuar no Programa Variedades Fernando Castelão, sendo o primeiro profissional do ramo a apresentar-se no Norte e Nordeste brasileiro.

Em seguida, foi contratado pelo Dr. F. Pessoa de Queiroz, para ocupar o cast da Rádio Jornal do Commércio. Após um ano de trabalho, foi convidado para atuar como pianista e ingressou na Jazz Band Acadêmica de Pernambuco, tornando-se em seguida, seu regente.

Enquanto trabalhava na Rádio Jornal do Commércio, estudava composição, métodos de colheita folclórica e orquestração com o Maestro Guerra Peixe, chegando posteriormente a ocupar por mérito reconhecido, o lugar de Maestro Orquestrador e Diretor Musical daquela emissora de rádio.

Em 1953, foi convidado para atuar junto com o seu mestre, Guerra Peixe, na Rádio Nacional de São Paulo, porém, declinou do convite, preferindo permanecer no Recife. Naquela ocasião, Clovis Pereira era considerado o mais jovem maestro do Brasil em atuação à frente das orquestras de rádio e em estúdios de gravações.

Em 1960, após ter estudado Harmonia Pura e Contraponto com o Padre Jayme Cavalcanti Diniz, foi convidado por ele para lecionar Harmonia no III Curso Nacional de Música Sacra, patrocinado pela Escola de Belas Artes do Recife.

Ainda, naquele ano, participou da inauguração da TV Jornal do Commércio – Canal 2 -, como principal maestro-orquestrador quando se tornou Diretor Musical, permanecendo no posto até 1985.

Em 1964, ingressou na Orquestra Sinfônica do Recife, e no mesmo ano foi convidado para atuar como professor de Teoria Musical e Harmonia nas Universidades Federais do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

Em 1967, foi vencedor do Primeiro Festival Nacional de Arranjos para Coro Misto, patrocinado pela Universidade Federal da Paraíba, estreando com grande sucesso de público e de crítica como compositor de música erudita, apresentando sua obra para orquestra sinfônica “Lamento e Dança Brasileira”.

Em 1970, participou ativamente da criação do Movimento Armorial, quando foi convidado por Ariano Suassuna para compor e apresentar publicamente em concerto, as suas primeiras composições musicais representativas daquele Movimento.

Viajou aos Estados Unidos, em 1972, como regente do Coral Universitário da Paraíba, apresentando-se como representante brasileiro nos Teatros Lincoln Center, em Nova York e Kennedy Center, em Washington.

Em 1973, assumiu a Direção Musical da Fábrica de Discos Rozemblit, em substituição ao Maestro Nelson Ferreira, de quem foi grande amigo.

No ano de 1977, compôs sob encomenda da Universidade Federal da Paraíba a Grande Missa Nordestina – primeira obra sacra em estilo Armorial -, para Coro e Orquestra de Câmara, obra posteriormente gravada em discos comerciais e distribuídos para todo o país.

Em 1980, é transferido da Universidade Federal da Paraíba, para a de Pernambuco, a fim de lecionar nos cursos superiores de graduação em música.

Convidado pelo então Governador do Estado, Exmo. Dr. Roberto Magalhães, assume em 1983, o cargo de Diretor-Superintendente do Conservatório Pernambucano de Música, onde permaneceu por 4 anos.

Excursionou várias vezes com sua Orquestra de Frevo pela Europa, Estados Unidos e Japão, divulgando o frevo, nossa mais forte expressão de cultura popular musical.

A convite do Governo dos Estados Unidos, participou em vários estados norte-americanos, do programa cultural “Music School Administrators” (Seminários para Diretores de Escolas de Música).

Como bolsista do governo brasileiro, em 1990, passa a residir nos Estada Unidos, a fim de realizar cursos de Mestrado e Doutorado em composição musical, na Universidade de Boston.

A partir de 1992, teve as seguintes atividades no campo da música:

- Reassume seu cargo de Professor dos Cursos de Graduação em Música da Universidade Federal de Pernambuco;

- Na ECO 92, apresentou no Rio de Janeiro, a sua Grande Missa Nordestina;

Em 1993, reassume seu posto de Professor do Conservatório Pernambucano de Música;

Em 1994, colabora em parceria com Capiba, apresentando com Orquestra sob sua regência a Missa Armorial Capiba;

Ainda, em 1994, participou da Comissão Julgadora do V RECIFREVO, promovido pela Fundação de Cultura, Cidade do Recife;

Em 1995, retorna à Orquestra Sinfônica do Recife e grava sua obra Lamento e Dança Brasileira;

Em 1998, gravou o CD Pastoril Folião – Oficina de Frevo -, como regente e arranjador, produzido pelo SESI IN CONCERT;

Ainda, naquele ano, foi Membro da Banca Examinadora do Concurso Público na área de música e redator de provas – promovido pela UPE;

No ano de 1999, participou do Recifrevo como compositor e Regente, da música Aninha no Frevo;

Em 2000, sob sua regência, a Orquestra Sinfônica do Recife executou seu Poema Sinfônica Terra Brasilis, composto em homenagem aos 500 anos do descobrimento do Brasil;

Participou como compositor do IV Festival Internacional de Música de Câmara do Pará;

A convite do Instituto Nacional de Música / FUNARTE -, participou da comissão julgadora do Primeiro Inventário Nacional de Música das Bandas de Música, em 1984;

Em 1997, gravou com o Quinteto da Paraíba as suas Três Peças Nordestinas – obras distribuídas na Europa e Estados Unidos pela NIMBUS;

É um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea – Brasília - 1983;

Atuou como Membro de várias Comissões, entre elas:

I Concurso Nacional de Compositores – Patrocínio do MEC / UFPB

Concurso Público para professor assistente da UFPE – para Harmonia e Morfologia – 1978;

Concurso Público na área de música do Instituto Nacional de Música – FUNARTE – 1982;

Concurso na área de música - promovido pela UPE;

O Brasil Canta no Rio -, TV Canal 2 – 1986;

III Encontro Nacional de Frevo e do Maracatu – FREVANÇA – promovido pela Prefeitura Cidade do Recife e Rede Globo;

V Recifrevo – 1994 -, promovido pela Prefeitura do Recife;

P R Ê M I O S E H O N R A R I A S

Medalha comemorativa aos 60 anos de fundação do Conservatório Pernambucano de Música;

Medalha Valdemar de Oliveira, outorgada nas comemorações do Cinqüentenário do Teatro de Amadores de Pernambuco;

Diploma de Mestrado em Composição Musical pela Universidade de Boston – 1992.

Votos de aplausos, pela Assembléia Legislativa de Pernambuco, através do Deputado Jorge Gomes, pela apresentação de sua obra, Grande Missa Nordestina, no programa cultural ECO 92;

Carnaval Clóvis Pereira - 1995 -– Recebeu homenagem dos grupos carnavalescos de Caruaru, sua terra natal, através da Fundação de Cultura daquela Cidade;

Compositores Pernambucanos - Seu nome consta na Coletânea Bio - Music Fonográfica – 1920/1995 -, de Renato Phaelante, da Fundação Joaquim Nabuco;

Tem seu nome incluído nas edições de 1997 – 1998 e 1999, do International Who’s Who In Music and Musicians Directory, Cambridge England;

Agraciado com o Troféu Melhor Arranjo musical do Recifrevo, 1995 / 1996 – promovido pela Fundação de Cultura Cidade do Recife

Agraciado com o Certificado da Memória Viva do Recife, promovido pela Prefeitura do Recife;

Placa comemorativa aos seus 50 anos de ativicdades musicais, em 1998 – Iniciativa da colônia de Caruaru;

Placa Santa Cecília – 1998 , através da Prefeitura Municipal de Olinda;

Votos de congratulações da Assembléia Legislativa de Pernambuco, pelo transcurso dos seu 50 anos de vida profissional;

Troféu Primeiro Festival do Frevo – outorgado pela Prefeitura do Recife – 1968;

Vencedor do I Concurso Nacional de arranjos para Coro Misto a quatro vozes – promovido pela Universidade Federal da Paraíba – 1971;

Medalha do Mérito Educacional – Ginásio Pernambucano – 1984;

Destaque na Música - Homenageado no Baile dos Artistas, em 1984, pelos serviços prestados à frente do Conservatório Pernambucano de Música;

Diploma COMOCI ANO XV – em reconhecimento aos serviços prestados ao civismo e sua preservação no Estado de Pernambuco – Comissão de Moral e Cívica;

Medalha comemorativa ao IV Centenário da Paraíba – 1985 -, alusiva à sua composição Grande Missa Nordestina;

Medalha Professor Lauro de Oliveira – Secretaria de Educação de Pernambuco;

Medalha comemorativa aos 135 anos do Teatro de Santa Isabel – promoção do Governo de Pernambuco e Prefeitura do Recife – 1985;

Segundo Prêmio em Concurso Nacional – Obra Sinfônica Para Coro, Orquestra e Solista – “Cantata para o Natal” - promovido pela Secretaria de Cultura e Esportes da Paraíba;

Medalha e Diploma do Mérito Educacional “Classe Ouro”, pelos relevantes serviços prestados à educação – Governo de Pernambuco;

Diploma de Sócio Benemérito do Clube Vassourinhas – 1988;

DISCOGRAFIA NACIONAL

Dentre as várias participações em gravações, quer como compositor, arranjador, pianista, regente e Diretor Musical, citamos:

- LP Projeto Memória – Escola de Müsica – UFRN –Gravado no Rio de Janeiro;

- Ritmos Alucinantes – Piano Solo & Conjunto -, com participação de artistas como Hermeto Pascoal, Heraldo do Monte, entre outros.

- Grande Missa Nordestina – Solista, Coro e Orquestra;

- Botando pra Frevar;

- Frevança V – Encontro Nacional do Frevo e Maracatu;

- Orquestra Armorial – Vols. 1, Vol. II e Vol. V;

- I e II Festival do Frevo;

- Carnaval Recife (1975);

- Capital do Frevo (1982);

- Sambas de Enredo – Escolas de Samba do Recife – Carnaval 1981;

- Miltinho – Poema do Amor Sem Luz(parceria com Reinaldo de Oliveira);

- Carnaval Recife (1977);

- Sambas de Capiba;

- Velhos Sucessos em Bossa Nova;

- Rei Momo no Chá, Chá,Chá;

- Dançando na Discoteca do Chacrinha;

- Dance com a Sonora Tropical;

- Kamerino [Órgão em Samba];

- A Internacional Aliza Kashi;

- Intocable – Intérprete – Eva Garza;

- Baile da Saudade – Vol III e IV - 1978 – 1979;

- Ontem, Hoje e Sempre (CAPIBA) – 1982;

- Chariot e Outros Sucessos;

- Samba Bossa-Nova;

- Nora Ney;

- Carnaval 1975 – com Sua Orquestra de Frevo;

- Missa Armorial(Capiba) – 1994;

- 100 Anos da Banda Nova Euterpe – 1996;

- Armorial e Paizzolla;

- Dançando na Rua – 1977;

- Sa Grama – Vol. I – compôs a faixa Terno de Pifes e fez comentário no encarte do CD;

- Recifrevo – 1999;

- Pastoril Folião – 1998;

DISCOGRAFIA NO EXTERIOR

- Quinteto da Paraíba – Música Armorial – Nimbus Records;

- The World Singing Togheter – Lincoln Center International Festival – participou como pianista e regente do Coral da UNFPB;

PUBLICAÇÕES NA IMPRENSA

- Um Sulista Nordestino – Enfoque sobre o Maestro Guerra Peixe – Jornal do Commércio – 1993;

- Maestro conclama Compositores para evitar a morte do Frevo – Jornal do Commércio – 1992;

- Tributo a Guerra Peixe – Jornal do Commércio – 1994;

Mesmo não esgotado esse invejável perfil curricular, podemos afirmar e, confirmar, ser Clovis Pereira Santos um músico eclético, singular; um músico por vocação, irrequieto, pesquisador, estudioso incansável, possuidor de uma extraordinária percepção musical, buscando sempre no emaranhado das notas e acordes, novas emoções harmônicas, como que sempre faltasse algo mais a descobrir, sendo ele um obstinado na ânsia de conceber novos conhecimentos.

Diria, enfim, ser ele, um eterno desafiante dos belos mistérios da harmonia e da orquestração. Tudo isso corrobora a sua inquestionável criatividade, seu extraordinário talento!

Foi sempre destaque nos festivais de frevo promovidos pela Prefeitura do Recife, e ganhou por diversas vezes o prêmio de melhor arranjador daqueles certames.

Admiro-o há muito, pela convergência de gosto que temos quanto às formas e concepções harmônicas que a música nos oferece. Esse fato é responsável, também, pela nossa grande afinidade e amizade.

Contudo, nosso convívio não é tão longo, face às minhas atividades médicas de outrora, que não me oportunizaram esse privilégio há mais tempo.

Desfrutar de sua amizade é motivo de orgulho para mim, por ser ele um dos mais completos e talentosos músicos do Brasil. Sua capacidade musical ultrapassou nossas fronteiras, sendo reconhecida em muitos paises do mundo.

Por mais que queiramos alcançar a magnitude de seus conhecimentos musicais, fatalmente teremos grandes dificuldades, face ao volume de informações que ele detém ao longo de sua vida, reservada todo tempo à música, tendo abraçado a profissão desde sua juventude.

Tive o privilégio de ter arranjos seus em várias das minhas composições, e todas elas tornaram-me vitorioso nos concursos de frevo que concorri em vários anos.

Em nossos encontros, por mais diversificadas que sejam as conversas, quando não se iniciam versando sobre música, jamais terminam sem falarmos em fatos ou coisas relacionadas a essa arte tão bela.

Inovador, criativo, ousado, crítico competente - isso é o mínimo que podemos dizer da sua atuação no mundo da música -, tendo várias de suas obras executadas em diversos países, confirmando, assim, a dimensão da sua capacidade musical.

As nuanças dos seus arranjos são como “pérolas garimpadas” no universo da harmonia, fugindo do lugar comum, trazendo-nos sempre algo novo, para ocupar aqueles espaços existentes na concepção da música, mas, faltava alguém qualificado para preenchê-los...

Por tudo isso - que é um pequeno capítulo da sua imensa trajetória musical -, a Academia Pernambucana de Música acolhe-o com júbilo, na plena convicção de ver enriquecida a plêiade deste sodalício, mercê do seu reconhecido cabedal de conhecimento musical.

Maestro Clóvis Pereira Santos! Sua presença harmoniza nossa Academia, enobrece seus pares, engrandece a música de Pernambuco e do Brasil.

Seja bem-vindo ao nosso convívio, trazendo-nos seu talento, sua experiência, sua mestria!

Muito obrigado.

Luiz Guimarães Gomes de Sá

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LUIZ GUIMARAES
Enviado por LUIZ GUIMARAES em 28/05/2006
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