A Nonagésima Sinfonia do Palhaço Preto - De Baque Virado

Em fim cheguei

Parei, olhei para os lados

E atravessei essa movimentada avenida

Até pensei em refugar, tarde demais!

Uma chegada sem graça

Sem fogos, nem fumaça

Cheguei ao fim

Cheguei a ultima gota do que há em mim

Desse batucado eterno, sem fim

E assim num maracatu com rei e sem rainha

A única dor exposta foi a minha

Ouvia o toque dos tambores de longe

Juro que pensei que vinha

Pratos quebrando tudo, fotos queimando tudo

Roupas, juras e um peito todo, tudo, tudo no chão

Até o meu coração (Pratos quebrando tudo...)

E o Maracatu Coração Lavado de Choro, orgulhosamente

Dedica a sua ausente rainha

Essa de tantas outras difamadas peças

A ultima gota, o fim, a derradeira linha

Ela nem sabe se o baque é solto ou é virado.

O velho moço
Enviado por O velho moço em 03/04/2009
Reeditado em 03/04/2009
Código do texto: T1520193