A Nonagésima Sinfonia do Palhaço Preto - De Baque Virado
Em fim cheguei
Parei, olhei para os lados
E atravessei essa movimentada avenida
Até pensei em refugar, tarde demais!
Uma chegada sem graça
Sem fogos, nem fumaça
Cheguei ao fim
Cheguei a ultima gota do que há em mim
Desse batucado eterno, sem fim
E assim num maracatu com rei e sem rainha
A única dor exposta foi a minha
Ouvia o toque dos tambores de longe
Juro que pensei que vinha
Pratos quebrando tudo, fotos queimando tudo
Roupas, juras e um peito todo, tudo, tudo no chão
Até o meu coração (Pratos quebrando tudo...)
E o Maracatu Coração Lavado de Choro, orgulhosamente
Dedica a sua ausente rainha
Essa de tantas outras difamadas peças
A ultima gota, o fim, a derradeira linha
Ela nem sabe se o baque é solto ou é virado.