UM AMIGO DE SORRISO FÁCIL
Início esta minha homenagem com um pensamento muito próximo do título acima e também da personalidade marcante do nosso homenageado: “Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e um sorriso nos lábios” (MARTIN LUTHER KING – Pastor e político norte-americano). É a mais pura verdade o que disse esse grande religioso, pois nada é mais expressivo e mais importante para o ser humano do que estar ao lado de uma pessoa alegre e que mesmo nas adversidades não demonstra acanhamento para esboçar, aquele caloroso e espontâneo sorriso, capaz de acalmar o mais inquieto dos homens.
Assim é o nosso amigo Artur Maecawa. Não foram poucas as vezes que nosso homenageado nos dirigiu um grandioso sorriso como resposta a uma admoestação ou algum tratamento mais afoito naqueles momentos em que estamos com a adrenalina alta em face de um jogo de futebol. Essa particularidade do seu caráter, sempre nos serviu de exemplo para as nossas dificuldades diárias, pois não raras vezes deparamos com um percurso sinuoso e, para resolvê-lo, muitas vezes lembramos o expressivo sorriso do Artur e logo deixamos que as coisas aconteçam num ambiente de calma e de serenidade. Pudesse se todas as contendas humanas fossem assim resolvidas, pois não existiriam mais o ódio e nem o rancor entre os homens.
Tenho o privilégio de ter sido aqui no Poder Judiciário um dos primeiros amigos do Artur. Fui eu quem lhe passei a primeira latinha de cerveja, mas também fui eu que lhe dei um banho em baixo de uma caixa d'água para aliviar seu estado de sonambulismo que se apossou, momentaneamente, de sua coordenação motora. Nada que pudesse lhe oferecer algum risco para a saúde, mas, apenas uma estréia que marcou nossas vidas, pois procurei dali pra frente segurar um pouco mais a latinha antes de estendê-la ao amigo.
Daí em diante, passamos a compartilhar grandes momentos em nossas vidas, pois foi ele quem testemunhou meu casamento com a Marisa e mais tarde tornei-me seu compadre, pois fui convidado a batizar o nosso “cracão” juvenil, o canhotinha José Roberto. Alguns dizem que a habilidade do José Roberto deve-se àquelas gotinhas bentas que seu padrinho lhe passou na hora do batismo, transmitindo não apenas a energia do bem, como também a “jogueira” do futebol.
Brincadeiras à parte. O que realmente importa é que hoje estamos aqui nesta recepção maravilhosa, através das mãos incansáveis do nosso anfitrião, que tem semeado entre nós o exemplo do trabalho, da dedicação, da luta diária, do exemplo de bom pai, do exemplo de bom marido, do exemplo de bom funcionário, do exemplo de bom religioso, que nunca deixa em opção secundária os trabalhos paroquiais. Temos certeza que o Artur é para Igreja Católica aquele fiel escudeiro, que está sempre pronto para atender os trabalhos que lhe são reservados por atribuição, já que é um dos Ministros e serve à sua Igreja como ninguém. Temos muito orgulho desse serviço que o nosso amigo presta no exercício da sua fé, pois são poucos que vestem a camisa de uma paróquia para servir aos necessitados e aos seus semelhantes.
O Artur tem uma carreira invejável no Tribunal de Justiça, pois sempre foi alguém muito atento à sua função e muito prestimoso nas suas atribuições, eis que não raras vezes ficava na sua repartição por horas a fio para entregar uma folha de pagamento ou exercitar programas que servissem ao aparato da Secretaria de Informática. Trata-se de um funcionário de alta relevância para aquela repartição, até porque se tornou um ícone de dedicação e de entrega aos trabalhos da informática, sacrificando muitas vezes o próprio lazer, para equacionar problemas que muitas vezes deveriam ser do chefe e não dele. Mas como competência não se discute e não se prorroga, o título é exclusivo dele e ninguém oferece riscos ao seu absoluto reinado como um dos mais importantes funcionários daquela Secretaria do Tribunal de Justiça.
Cito um provérbio latino que diz: “O amigo certo se manifesta nas horas incertas”. Não tenho nenhuma dúvida em incluir o Artur no contexto desse pensamento, haja vista que foram várias as oportunidades em que nosso homenageado esteve presente em momentos de trabalho que muitas vezes não era sua atribuição ou sua responsabilidade, mas, para dar uma mão amiga, sempre estava ali presente, ajudando, como se a querer dizer com o seu gesto, olha! Estou aqui... quero ajudar... quero oferecer meu abrigo!.
O Artur sempre foi uma pessoa humilde. Essa grandeza de espírito é uma característica ímpar da sua presença entre nós. Disse um dia o poeta Inglês THOMAS HARDY: “A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos”. Assim é a vida, pois muitas vezes choramos o que não temos e nem nos damos conta do que temos, já que aquilo que nos rodeia se cotejado com os bens de outras pessoas significam muito mais do que imaginamos. O Artur sempre valorizou o que tem e sempre soube que nesta vida a gente não carrega valores materiais, porque sabe que nosso coração está cheio de outros valores que nada tem a ver com os bens de consumo, como é a nossa amizade, como é o amor da família, como é o amor dos filhos.
Outra coisa que admiro nos valores que o Artur nos repassa é a sua tranquilidade e a sua serenidade de oriental. Disse THOMAS HUXLEY, biólogo britânico: “O degrau de uma escada não serve simplesmente para que alguém permaneça em cima dele, destina-se a sustentar o pé de um homem pelo tempo suficiente, para que lhe coloque o outro um pouco mais alto”. Assim, a paciência é como subir num degrau, não adianta querer pular etapas, pois nossa subida será espalhafatosa e poderemos não chegar ao andar superior. No entanto, caso formos subindo de degrau em degrau, o nosso trajeto será mais demorado, mas no final teremos a certeza de que nossa subida foi consciente e de acordo com o que nossas pernas são capazes. Estas características também estão presentes na personalidade do Artur. Percebemos isso até pela sua tranquilidade no momento da alimentação, pois comendo devagar sua digestão é mais eficiente daquele que come apressado.
Enfim, termino essa homenagem citando mais um pensamento. Disse um escritor Russo chamado TOLSTOI: “É no coração do homem que reside o princípio e o fim de todas as coisas”. Pois é, assim também é o Artur, pois tem um coração enorme e assim conquistou todos nós, como sua amizade e sua dedicação a esse vínculo que está preservado desde os idos de 1980, quando nos conhecemos numa “peladinha” lá no nostálgico campo do São Bento, encravado ali na “trans-verônica”.
Artur receba de todos nós, um caloroso abraço, com a convicção de que nossa amizade ainda perdurará por longas datas. E, para concluir peço licença para plagiar o nosso hino: “PASSARAM TANTOS ANOS/ ESTÃO VIVOS OS BOLEIROS/ SÃO ETERNOS ENQUANTO DURAM”.