Vitória de Obama - Breves Esclarecimentos

Nos Estados que de tão unidos, pareciam ser discriminatórios em relação a outros países, hoje uma nova Era começa. Não só pela posse do primeiro presidente americano negro, mas principalmente, pelo início de uma verdadeira transformação. Não é pura coincidência o slogan do novo presidente estar vinculado à mudança. A eleição de Barack Obama significa a transformação tardia, porém real, da consciência americana, que finalmente começa a perceber a igualdade das raças.

A segregação racial, ato de cruel violência cultural, baseada numa suposta superioridade dos brancos, perdurou nos Estados Unidos da América durante muitos anos e só em 1968 os negros realmente conquistaram seus direitos civis. Martin Luther King, o negro mais famoso da história, morreu pelos seus ideais, mas toda a sua luta foi justa e vitoriosa. A política de integração continuou a se perpetuar. Em 1988, surgiram as políticas de ação afirmativa, em que muitas atitudes foram tomadas para que a união entre as raças fosse cada vez mais real. E realmente funcionou. Alunos negros e brancos dividiam quase igualmente o espaço em escolas, por exemplo. Porém, em 1991, a Suprema Corte achou desnecessário continuar com o programa e a política de ação afirmativa acabou. O resultado um tanto quanto previsível aconteceu: a segregação ressurgiu, mas não em potencial.

Hoje, nos EUA há Estados mais e menos preconceituosos. Mas, contra fatos não há argumentos plausíveis. O voto nos Estados Unidos não é obrigatório e é este o real sentido da democracia, diferentemente do que ocorre no Brasil. Vota por lá quem tem consciência e interesse político. Sendo assim, não há prova maior de mudança do que a eleição de um candidato negro do Partido Democrata. Barack Obama é um homem culto, inteligente e se mostra uma pessoa transparente, avesso à guerra e à desigualdade social. Os americanos se renderam neste novo século à verdadeira justiça, pois colocaram na balança de um lado, a guerra e do outro, o preconceito. A guerra quebrou a balança e o povo americano quer paz, algo que um negro os ofereceu. O carisma de Obama cativou a grande maioria mundial, não só a norte-americana. O que nos faz concluir que o mundo começa a se unir em prol da paz.

Os EUA são a maior potência mundial. Com a força americana, temos muito mais chances de disseminar as guerras e começar a fazermos acordos, tratados e alianças com países terceiro-mundistas, promovendo o crescimento econômico destes últimos.

Há alguns anos, Martin Luther King disse: "Eu tenho o sonho de ver um dia meus 4 filhos vivendo numa nação em que não sejam julgados pela cor de sua pele, mas sim pelo seu caráter". Hoje, se estivesse vivo, estaria sorrindo, porque, incontestavelmente, o caráter venceu. É claro que sempre haverá uma minoria cega, mas se não existissem as exceções, não existiriam as regras. Barack Obama diz: "Sim, nós podemos". E ele está certíssimo. Daqui a alguns anos alguém estará escrevendo sobre as grandes mudanças promovidas por ele, assim como hoje eu escrevo sobre as mudanças promovidas por King.

Esperanças eu tenho. E sempre terei.

Parabéns a Obama e a todos os americanos, pela mudança de pensamento e pelas futuras mudanças políticas, que beneficiarão o mundo todo. E viva a democracia!

20 de Janeiro de 2009