NASCER DE NOVAS ESPERANÇAS
Quando observamos as luzes irem se apagando do ano que se foi e quando as luzes se acenderem com mais ardor e mais intensidade, brilhando nos céus da encruzilhada do novo ano, anunciando uma nova etapa em nossas vidas, há de surgir vários tipos de pensamentos. Um deles é a indagação: O ano que se inicia será melhor do que aquele que já foi? Evidente que ninguém tem varinha de condão ou bola de cristal para saber o futuro, embora algumas videntes sempre conservem na ponta da língua suas profecias sobre tudo que acontecerá no próximo ano.
Essas indagações nascem dentro de nós sob um ângulo de expectativa e de anseios que cada um possui como elementos de nossa vontade de acertar na vida. O que de fato desejamos é filtrar todos os males e de agora em diante fazer fluir os bons presságios, augurando que nossa vida seja acolhida com momentos de felicidade e de bem-estar, através de realizações materiais e espirituais a ponto de nos tornarmos pessoas mais humanas e mais complacentes com os infortúnios, porque, inevitavelmente, estes espinhos existenciais insistem em trotear ao nosso lado, mesmo que não queiramos sua companhia. O caminho certo é que cada um de nós venhamos a arar nossa terra e plantar amor no nosso coração, pois com essa dose de trabalho e de determinação haveremos de conseguir a prosperidade que desejamos.
Em todo caso, no início de um novo ano todos os holofotes da vida são acesos com grande intensidade, fazendo ressurgir dentro de nós as luzes da alegria, com a sensação de que poderíamos reunir todos os seres humanos num único local para agradecer e pedir ao Grande Criador que nos dê força para alcançar nossos objetivos. Essa reunião global de energias faz acender a torre universal da esperança, renascendo o amor nos corações e nesse momento de radiação humana haveria uma explosão de felicidade como a força de uma bomba que detona e, depois desse estrondo, certamente não haveria um só ser sob a terra que não esboçasse em seu rosto um aberto e sincero sorriso de intensa comoção humana, capaz de se elevar pelos mais recônditos sentimentos de fraternidade e de humanidade.
Na encruzilhada da meia noite, quando assinalarem nos ponteiros do relógio os primeiros segundos do dia 01 de janeiro de 2008, todos os cidadãos que povoam a terra irão se olhar no fundo dos olhos, muitos irão se abraçar com todo fervor, outros irão bem aventurar o nome do nosso Pai celestial. Haverá ainda aquela multidão que verá o ano chegar numa região urbana, quando todos irão olhar para os céus e ver os estalos de luzes fluorescentes que se perfilam nos ares nas mais diversas formas, com as mais diversas cores e então haverá uma unidade de pensamentos executando felicidade. Haverá também aqueles que estarão refugiados e abraçados com a natureza, olhando o luar, em companhia do céu estrelado e na presença dos seus entes queridos e, assim, haverão de suspirar esse ar que cheira mato e cerrado, sentindo a presença de um sinal de esperança que se desenha numa nuvem que se enverga no horizonte como de desejando compartilhar a festa do sertão. Assim, o capataz, os peões e os boiadeiros que tanto trabalham, sentirão que são abençoados por viverem num cantinho da terra tão especial, pois só eles podem desfrutá-lo no seu dia-a-dia.
E o novo ano chega para todos, bilha para todos e se nega a pertencer a uma única pessoa, porque traz consigo a fração da esperança e da fé na mistura de emoções, que se congestiona pelos barulhos das buzinas dos automóveis, pelos cantos das igrejas, pelos coros dos jovens faceiros, pelos gritos e euforias incontidas, pelos choros dos alegres e dos tristes (que lembram quem não está presente), pelos sinos que anunciam as casas das orações, pelos sambas de enredos que já estão marcando a presença nas ruas, pelos acordes dos instrumentos que depois da salva da meia-noite entoam o canto da alegria do “ano que passou”, pelos foguetórios que soam do Iapoque ao Chuí, pelos gritos de feliz ano novo que retumbam nas imensidões dos céus do nosso Globo Terrestre e pelas vozes dos poetas que fazem os versos da paz e do amor incondicional.
Assim, como numa oração, olho para os céus e para as estrelas e peço que o brilho que eles transmitem penetre os corações do Universo, trazendo mensagem de fé, de carinho, de solidariedade, de amor fraterno, de esperança, de construção positiva, de incentivo aos menos favorecidos pela vida, de cura para os doentes, de aconchego para os desabrigados, de ternura aos corações endurecidos, de perdão para os rancorosos, de amor para os entristecidos e de um profundo abraço deste escritor que lhes deseja toda felicidade do mundo.
Neste momento de júbilo, peço a Deus que esteja sempre presente em nossos lares e que com sua luz infinita nos irradie com serenidade e paz, para que mesmo nas horas difíceis possamos alcançar a plenitude de nossa razão, agindo com justiça e com amor, para que sejamos pessoas amorosas e servis com nosso semelhante.
Agradeço a todos que estão do meu lado e que me confortam na sua amizade e no seu carinho. Vamos aproveitar esta luz que estamos produzindo pela lanterna de nossa felicidade e vamos iluminar para sempre nosso espírito para que tenhamos um ano de glórias pessoais e de proximidade com Deus.
Termino com o pensamento do inominável monge Tibetano, Dalai Lama: Só existem dois dias do ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã. Portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”.