EDUCAÇÃO: sinônimo de equalização ou dominação social?

À elite brasileira, à burguesia nacional, independentemente do momento histórico, deve ser creditada os desatinos, desmandos e toda sorte de descaso que o processo educacional formal sofreu e vem sofrendo até os nossos dias. O modelo educacional burguês , objeto de um cem número de teses e explanações acadêmicas, tem feito ao longo da história educacional brasileira e faz da educação nos dias de hoje, um meio, uma ferramenta, um dispositivo multi-eficiente cujo fim e propósito primeiro, foi e é, o de sistematicamente segregar, discriminar os educandos que por ela são submetidos. O meio cultural onde essa “educação” é praticada, a ideologia político-econômica, didática ( contida camuflada no nos textos e contextos dos livros amplamente distribuído nas escolas públicas brasileiras ) e capitalista onde as praticas pedagógicas acontecem, acabam por determinar o quadro de interesses e os reais objetivos de dominação e espoliação que tem pontuado nosso fadado e ultrapassado paradigma educacional.

Distante, divorciado dos princípios de igualdade e, desvinculada de um projeto de formação livre, científico e critico de cidadão, o segregador sistema "educacional brasileiro" vem, historicamente cumprindo seu papel: REPROVAR, REPETIR, E FAZER EVADIR, dos seus quadros um número incalculável de meninos e meninas, jovens e adultos que, uma vez desarticulados do sistema educacional, vão necessariamente engrossar as fileiras de pessoas despreparadas e desqualificadas para o mercado de trabalho trabalho; ociosos e desempregados, são arremessados num meio social estruturalmente marcado pelo consumo. As práticas de exclusões, abraçadas e praticada pelo nosso sistema educacional, são ações premeditada, maquiavelicamente orquestrada nos gabinetes dos nossos burocratas educacionais, são ações que condenam homens e mulheres à condição de cidadãos de quinta categoria. Sem formação básica, sem instrumentalização, sem conhecimentos; a esses, cabe tão somente engrossar o exército de reserva de mão-de-obra barata, desqualificada, uma situação que em muito interessa aos meios privados de produção e de bens e de consumo.

Haveria um nexo causal entre os mecanismos de exclusão educacional e os refinados métodos indiscriminatórios de obtenção de lucro do sistema capitalista? Ou tudo não passa de uma mera e ocasional coincidência? Como não cremos em acidentes sociais, respondemos a essa última argumentação com a clássica sentença: “São as pressões econômicas de produção privado que gerenciam as leis do mercado”, ora, assim sendo, fica claro a mais que estreita relação entre os excluídos da educação e a corrida desenfreada pelo lucro fácil. Os teóricos da educação brasileira são sabedores de tais mecanismos discriminatórios, nossos governantes são co-autores de tais práticas sociais. O que estamos diagnosticando, denunciando, são posturas de práticas públicas educacionais historicamente equivocadas, o que estamos anunciando é a adoção de um novo paradigma educacional-social, que prime, priorize o individuo educando como um ser potencializado para a liberdade, a criticidade e detentor de um saber dotado do poder de intervir no contexto social em que vive; igualmente pensamos na ruptura do atual modelo reprodutivo de educação, defendemos um meio educacional produtivo, livre, crítico, propositivo e eticamente mais humano, ( mais menos capital e mais social.) Grifo do autor.

Defendemos todas as bandeiras cujo princípio reserva a igualdade de oportunidades indistintamente. À educação reservamos destacada função: promotora e veiculadoras dos meios, modos e espaços onde o indivíduo possa realizar-se, expressar-se como entidade pessoal, cultural, profissional, biológica e dde cidadania.

Abaixo o nosso caduco modelo educacional segregador, discriminador, elitista e instância físico-teórico-metodológico-conteudístico-avaliativo, responsável--- no passado e no presente, por todas as manifestação prática cujo teor se prestou e se presta aos meios e ou estratégias de manipulação e ideologização por parte das nossas elites governantes onde, mesmo que implicitamente, vislumbre contornos de dominação e ou manipulação social. Suplantemos, portanto, esse modelo conceitual-pragmático de fazer educação no nosso meio.

Adotemos desde já princípios e práticas pedagógicas de uma educação renovada, LIBERTÁRIA E EMANCIPATÓRIA.

DIMAS CASSIMIRO

DIMAS CASSIMIRO: professor-pesquisador, pedagogo, pós-graduado, mestrando em educação, escritor, cronista, poeta e militante do PCdoB-ma

Dimas Cassimiro
Enviado por Dimas Cassimiro em 05/12/2008
Reeditado em 11/09/2013
Código do texto: T1319426
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