O BRASIL NO CONTEXTO DIGITAL MUNDIAL

O preço a pagar por decisão tardias é a diferença entre o desenvolvimento social e o ostracismo.

Dimas

As chamadas estradas digitais ou recursos tecnológicos do mundo virtual, é hoje um caminho sem volta, uma solução da ciência, da tecnologia que aponta para a agilidade, precisão, comodidade e, uma ferramenta imprescindível para o desenvolvimento econômico, educacional, social e cultural de toda e qualquer organização humana. No tocante ao capítulo educação, merece especial atenção uma vez que a técnica digital pode alavancar e promover mudanças substanciais no sentido de reverter as perversas estatísticas que historicamente denunciam um estado de quase abandono e descaso por parte de uma política irresponsável da elite governante brasileira. Assim concebida, a solução digital apresenta-se como um efeito colateral benéfico no que diz respeito à possibilidade de se resgatar e corrigir uma das maiores dívidas sociais da história do desenvolvimento da sociedade brasileira.

Levando-se em consideração o caráter gregário da condição existencial de homens e mulheres e, as inúmeras relações sociais daí advindas; o grau de desenvolvimento de um país pode, em muito, ter como parâmetro avaliativo os diferentes níveis o domínio da tecnologia digital. De resultados comprovadamente eficazes, essa ferramenta multi-uso presta-se à toda e qualquer atividades: gestão dos recursos públicos, acompanhamento e avaliação dos sistemas vitais e estruturais do Estado enquanto organização; toda e qualquer ação humana pode ser melhor acompanhada e monitorada por intermédio dessa ferramenta tecnológica. Sob esse prisma analógico o Brasil parece ter perdido o ritmo do desenvolvimento mundial digital; fora do circuito dos países que dominam e fazem uso dessa ciência , o nosso país – seja por falta de uma consciência da tendência mundial, seja por falta de compromisso social por parte do seguimento da classe política brasileira –, encontra-se na pré-história dos avanços tecnológicos alcançados nessa área específica do conhecimento humano. As conseqüências dessa omissão a pagar por essa EXCLUSÃO já sabemos: corrupção em todos os níveis da administração pública e privada; dificuldades de gerenciar as contas públicas; evasão de divisas, licitações fraudulentas; em síntese, comprometimento da eficácia das políticas públicas em todos os níveis da administração estatal.

Difícil de entender é saber que um país como o Brasil que desenvolveu a tecnologia da urna eletrônica, é o mesmo que de forma irracional “ignora” a tecnologia digital, perdendo até para Coréia do Sul no quesito em questão. Diante de tal fato, cabe um questionamento: até que ponto essa resistência não traduz uma postura assumidamente consciente das elites governantes brasileiras cuja intenção é retardar os processos dos avanços sociais e históricos das classes populares trabalhadoras, carreando para si (as elites) as beneces de regalias e desmandos administrativos que em última instância é a face cruel, perversa e nefasta de um modelo de governância cujas bases já denunciam podridão?

Acuado e reprimido, o Brasil encontra-se há anos luz de distância dos países que dominam e incorporaram no seu dia a dia os recursos tecnológicos advindos da ciência digital; e o preço a pagar por decisões tardias é a diferença entre o desenvolvimento social e o ostracismo. Mais que urgente, imperioso se faz conclamar a sociedade civil organizada no sentido de despertar para essa emergente necessidade; o Brasil não tem o direito de condenar as futuras gerações de patrícios à condição de cidadãos de segunda classe, à condição de EXCLUÍDOS do processo de desenvolvimento e da técnica digital.

DIMAS CASSIMIRO; Professor-pesquisador, Pedagogo, pós-graduado, mestrando em Educação, militante do PCdoB-ma

Dimas Cassimiro
Enviado por Dimas Cassimiro em 29/09/2008
Reeditado em 04/06/2011
Código do texto: T1203033
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