EM BUSCA DO PAI

Na conhecida parábola do filho pródigo o SENHOR JESUS apresenta as características de DEUS como um PAI cheio de amor pelos filhos.

Nesse ponto alguém poderia pensar: “Mas a parábola do filho pródigo centraliza o foco no retorno do ‘filho perdido’ ao lar; ao invés de o ‘amor do Pai?'”.

Resposta: é verdade, mas, ao refletir e meditar sobre o que motivou Jesus a contar àquela parábola é compreensível que (NAQUELA OPORTUNIDADE), o amor do pai é mais significativo ao contexto do que o fato do filho arrepender-se após haver “pisado na bola”.

É lógico que, Jesus deixa claro (na parábola), a importância do arrependimento; mas, geralmente quando o ser humano se rebela contra DEUS, achava que não haveria necessidade de DEUS em sua vida.

Continuando, sobre as características de DEUS como um PAI cheio de amor pelos filhos - é necessário seguir as regras elementares de leitura de um texto para entender que JESUS não estava simplesmente contando uma história.

QUEM ESCREVEU O TEXTO

PARA QUEM ESCREVEU

POR QUE ESCREVEU

O QUE ISSO TEM A VER CONOSCO

Em 1º lugar, a referida parábola encontra-se no Evangelho de Lucas, no capítulo 15, do verso 11 a 31.

CONTEXTO: O capítulo 14 termina nos versos 34-35, com Jesus afirmando:

“O sal é certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como restaurar-lhe o sabor? Nem presta para a terra, nem mesmo para o monturo; lançam - no fora. Quem tem ouvidos ouça”.

O relato do capítulo 15:1-2, começa com o autor do evangelho relatando que “Aproximaram-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles”.

Transportando a história para os dias atuais, corresponde a dizer, algo mais ou menos assim: “Aproximaram-se de Jesus todos os alcoólatras, garotas de programa, fiscais de feiras-livres, etc. para o ouvir. E murmuravam os da Igreja Católica Apostólica Romana, Os Evangélicos Tradicionais e os Pentecostais, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles”.

A sociedade contemporânea é excessivamente incoerente e contraditória: reprova integralmente algumas coisas do passado (a exemplo da “cortina de ferro”) antes de situá-la dentro do contexto.

Que a “cortina de ferro” foi algo nocivo à humanidade, não há dúvidas; entretanto, em nossos próprios dias existem “instrumentos” de exclusão social, igualmente nocivos.

Em 2º lugar, antes da parábola do “filho pródigo”, (no capítulo 14) Jesus, fala sobre a importância do exemplo de vida (o testemunho) de quem é servo de DEUS - o sal existe para “temperar”, jamais para servir de “enfeite”. O crente existe para honrar ao CRIADOR, jamais para desfrutar “status” social.

Está escrito: “Convém que ELE (JESUS) cresça e que eu (o crente) diminua” (João 3:30).

Portanto, JESUS estava ensinando sobre a função do “crente” na sociedade - conservar e trazer sabor à existência.

“Aproximaram - se de JESUS todos os Publicanos e pecadores para o ouvir” (Lucas 15:1). Queriam saber se ainda havia esperanças de “recomeçar” - esperança de arrependimento, segunda chance, volta ao começo, etc.

Em 3º lugar, Jesus “lhes propôs duas parábolas”: falou sobre um homem que tinha cem ovelhas (a parábola da ovelha perdida) e sobre uma mulher que tinha 10 moedas (a parábola da dracma perdida) - preparando o “terreno para semear”.

ELE (Jesus), concluiu, ambas as parábolas, com a expressão: “haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lucas 15:7, 10).

No texto Lucas 15:11-13 (Introdução na parábola do filho pródigo) Está escrito:

“Continuou: certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente”. O QUE SERIA DISSIPAR A HERANÇA, VIVENDO DISSOLUTAMENTE?

Independente de época e lugar, um filho falar sobre receber a herança antes da morte do pai é uma afronta.

Em 4º lugar, Está escrito: “Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade” (Lucas 15:14). Geralmente, os pregadores dão um excessivo destaque ao episódio, para “mostrar” aos filhos rebeldes que “a conseqüência de sair de casa é voltar humilde e humilhado”.

Entretanto, o verso 17 se refere a algo muito importante (que aconteceu), antes de o “filho perdido” voltar para casa:

“Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morto de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se” Lucas 15:17-24).

Considerando-se o contexto da parábola e o estilo de vida de Jesus, ELE não contou a parábola com a intenção de “mostrar” aos filhos rebeldes que “a conseqüência de sair de casa é voltar humilde e humilhado”. Antes, para destacar o caráter de DEUS e seu amor infinito pelos pecadores (perdidos).

Vale salientar que a palavra PECADO nos dias atuais tem sido excessivamente mal entendida e mal compreendida pelas pessoas.

O Aurélio, por exemplo, apresenta um significado bem generalizado - PECADO é: “transgressão de preceito religioso; falta, culpa”.

A BÍBLIA não fala sobre o pecado, fazendo distinção entre um tipo de transgressão e outra - mas, a teologia define o pecado como “qualquer coisa que faz separação entre o ser homano (a criatura) e DEUS (O CRIADOR)”.

Assim, diante de DEUS, não há diferença entre o “ladrão de galinhas” e Adolf Hitler que mandou exterminar seis milhões de judeus - se fosse considerada a gravidade da falta - ambos erraram e merecem o castigo pelo erro.

Em 5º lugar, a importância não deve ser dada ao fato do “arrependido” haver “caído em si”, e ter “decidido” voltar pra casa -a parábola foi contada para destacar que o pai “tem um amor tão grande” que, está mais preocupado com o filho chegar de volta, do que em “impor” condições para recebê-lo de volta.

A transgressão do filho, implicava ser levado pela vizinhança para após, uma “suposta” sentença ser apedrejado até a morte - isso estava previsto na Lei de Moisés.

Foi esse o motivo do destaque de Lucas: “Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou” (Lucas 15:20-24).

O filho era maior de idade, e isso significa que o pai já estava com mais de cinqüenta anos. “Vinha o filho ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, CORRENDO, O ABRAÇOU, E BEIJOU”.

Certamente era incompatível tanto em relação à idade quanto à transgressão. Contudo, o pai não deixou dúvidas quanto a sua disposição de receber o filho (perdido) de volta.

Finalmente, o filho tem oportunidade de confessar a sua transgressão. O pai, porém, anuncia um banquete:

“E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se”

Conforme o Aurélio, buscar significa: “Tratar de descobrir, de encontrar, conhecer, etc.; procurar; esforçar-se por; imaginar, idear (criar na idéia); recorrer a”.

É possível entender, porque como diz a canção do Grupo Novo Som: “tanta gente por aí, sem paz no coração, tantos caminhos pra seguir sem ter os pés no chão”.

DEUS PERDOA ESSA GENTE; ENTRETANTO, A RELIGIOSIDADE TEM IMPEDIDO QUE A IGREJA COMO INSTITUIÇÃO “CORRA” em busca dessa gente; de BRAÇOS ABERTOS para acolher, cada um, como a PALAVRA DE DEUS ENSINA.

Chagas dhu Sertão
Enviado por Chagas dhu Sertão em 14/07/2008
Código do texto: T1079493
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