O PIAUI FAZ TV PRA INGLÊS VER.
Divorciada das grandes questões sociais de primeira monta: desemprego, analfabetismo, violência urbana e rural, exclusão, exploração, preconceito racial, sexual, religioso, de gênero, étnicos e, econômicos--- só pra citar alguns---, as empresas de telecomunicações do Piauí primam por “vender” uma realidade sócio-cultural-econômica-política-agrária-conjuntural que, nem de longe reflete aa CRUEZA dura, sofrida, penosa, de um significativo contingente humano de homens e mulheres que lutam sol-a-sol, muitas das vezes em condições de subsistência marcada pela indignação, subordinação, e exploração social. As constantes pelejas diárias continuadas e frenéticas das emissoras televisivas na arena da audiência, acabam por promover um festival IDIÓTICO, MEDÍOCRE, cuja cortina de fumaça denuncia UM BESTEIROL-ELETRÔNICO; tudo isso tendo como resultante final um saldo amplamente “positivo” no tocante à construção de uma massa de ouvintes APATICOS, INDIFERENTES, IMBECILIZADOS, ACRÍTICOS frente a um verdadeiro caos social que assola o Brasil e conseqüentemente o estado do Piauí--- guardadas as devidas proporções. Não poderia ser diferente tal postura e perfil dos profissionais e das empresas de TV do Piauí, visto que essas, e aqueles nada mais são que a expressão primeira de um segmento da sociedade piauiense que, dentre outras, é a detentora do poder econômico político, e, em conseqüência, defensora da elite governante local. ALIENADOS que são no e para o exercício da profissão, os “profissionais” da telecomunicação de massa do Piauí, acabam por se transformarem em meros instrumentos de uma racionalidade capitalista local que, dentre outros atributo MIOPES de função, sabem e muito bem como “passar” aos ouvintes e ou telespectadores só e somente só que de aparentemente se reveste de BOM, de BELO, de CALMO; assim procedendo, consegue o seu objetivo maior: FALSEAR, MASCARAR, DISSIMULAR os mecanismos de dominação e exploração sociais ---dispositivos esses, historicamente utilizado pela classe dominante detentora dos meios de produção, do poder político, econômico e dos meios de comunicação e da ideologia reinante ---, numa ENCENAÇAO ilusória que resulta por apresentar uma realidade contextual-historica-social que, em pouco ou quase nada traduz a verdade socialmente construída sobre as bases dos mais refinados métodos de controle e de disseminação da exploração e dominação social.
As bases podres de um capitalismo PERIFERICO, TARDIO, SELVAGEM, SEGREGADOR, EXCLUDENTE, PERVERSSO, EXTRATIFICANTE, não são e jamais serão objetos de alcance, de analise, de denuncia das lentes televisivas do Piauí, muito encontrado, essas emissoras--- produtos de concessões---, são por assim dizer a recompensa que os grandes grupos econômicos angariam frente ao poder político legalmente constituído---, e, em assim sendo, acabam por se transformarem em meros PALANQUES eletrônicos, planejados, pensados para diuturnamente veicularem a IDEOLOGIA DOMINANTE, o pensamento, a cultura socialmente aceita pelo restante do contingente humano: OS DOMINADOS! Aos trabalhadores assalariados, excluídos, parece nada mais restar do que cumprir a sua função: ouvir e vê O GRANDE CIRCO ELETRONICO adentrar as suas casas.
É chegado o momento de nos engajarmos num movimento CONTRA-CULTURAL-BURGUÊS, um movimento que priorize os costumes, a cultura daqueles que, em primeira instancia são os verdadeiros FEITORES, FAZEDORES, do nosso país, da nossa historia: os trabalhadores.
Em síntese, comungamos com a fala de um leitor do ADOXA que diz: “não consigo me ver, não me reconheço nesse Piauí que a TV mostra”. João Augusto Pereira.
Dimas: Professor, Pesquisador, Pedagogo, Especialista e Mestrando em Educação.