Segunda-feira à noite.
Então acorda. Duas tabuas, uma da lei, outra da desordem; e a vez a memória que gira e sabe-se lá, aonde a chegar essa inconsciência no mundo, no mundo dos seres e nos dos que fora o habitam. Como quando o ventre aberto: o filho a chamar amor, e a mãe a desdizer-se de filhos que agora pesam no ventre descido da alva, por teres nascido noite.
E porem, não sempre foi assim.
Ela decidiu morrer, porque ela mesma derrotou sua vida. Decidiu morrer há já três luas avançadas, duascentas vezes nos ponteiros ao relógio caminhos que se separam, horas que dao voltas comprovou o nada fazer-se parte da vida errada, o algo de isso.
São cousas que não tem em conta seu momento, e decides assim, sem mais deixar viver aos outros. Abandonas ou te havanas na incerteza do presente, pois ela morreu, e com ela hao ser outros os que encham a casa de retratos e molduras: algumas de prata outras de oficio.
Não quis respirar e conseguiu, ao menos, em isso ter sentido, uma logica inimiga... da vida.
Então acorda. Esta a viver num outro universo com tanta nevoa como a virgem que se opõe a dar lagrimas de cera na capela ardente, aberta por aqueles que não acreditam há de vir um novo século que já tinha, em seu peito, partido.
E nós, os de abaixo, seremos a memoria do que todavia esta a ser presente. Do que reside, resiste e faz terra.
Acorda, havera mais madrugadas.
E entao?..
Que havemos fazer os netos desabrigados, os poulidos, comprandos, vendidos, vencidos no mercado da oportunidade... onde os fortes impoem seu bom, eficaz trabalho.
Acorda, havera mais madrugadas, e um planeta que se afoga, morre pois ele também tem saudades dos tempos que sao levados. Nao voltaram, e nós por teima, bem sabes seguiremos lutando, contra nós mesmos, contra o moustro devorador da paisagem, contra os opulentos e sendentos de sangue que nunca conseguem bastante, contra a ira do lacaido fiel, contra o nada...