FIQUE BONITO PELADO!

 

A Crise Grega e a Superação do Corpóreo

Essa crise financeira da Grécia não tem cabimento! Foi de lá que surgiram a matemática, a filosofia, o teatro e os Jogos Olímpicos. Se a humanidade tivesse que pagar royalties aos gregos por essas invenções, seríamos nós que estaríamos em decadência e endividados.

 

No meu perfil, eu digo que sou um grego à moda antiga, porque os gregos tinham a preocupação de unir o cuidado com a mente e o corpo. Eles exaltavam a beleza e cultivavam ambos através da filosofia e das atividades físicas, algo evidente nos Jogos Olímpicos da antiguidade, onde os atletas competiam nus, celebrando a perfeição do corpo humano.

 

 

O Corpo Como Pensamento: A Vontade de Nietzsche

Tenho grande felicidade em estar satisfeito com o meu corpo, porque o corpo é uma grande razão, como diria Nietzsche. Para ele, há mais razão no corpo do que na nossa melhor sabedoria. O corpo sente fome, e a razão busca formas de saciá-la. O corpo sente dor, e a razão encontra meios de aliviá-la. O corpo sente prazer, e a razão procura maneiras de repeti-lo.

 

Na verdade, não somos tão livres quanto gostamos de acreditar. Os estímulos do mundo nos atingem antes mesmo de termos consciência deles. Essa ideia é confirmada pelo neurocientista António Damásio: antes de um pensamento racional, já sentimos algo e criamos uma imagem mental dessa sensação. Quando finalmente tomamos consciência de uma ação, o corpo já decidiu por nós há tempos no jogo dos afetos.

 

Nietzsche, em Assim Falou Zaratustra, afirma que o criminoso não mata porque deseja roubar, mas rouba porque deseja matar. Ele já tem a vontade de sangue dentro de si e, para não se envergonhar do próprio ato, cria uma justificativa racional para encobri-lo. Nosso corpo frequentemente engana nossa razão. Confundimos causas reais com causas imaginárias, porque o desconhecido nos causa desconforto. Preferimos qualquer explicação, mesmo inventada, a ficar sem resposta—porque isso nos traz tranquilidade e apaziguamento.

 

 

Corpo e Vontade: O Equilíbrio de Nietzsche e Leminski

E eu tenho grande sorte de ter o corpo que tenho, de moldá-lo e dar-lhe o formato ao meu bel-prazer. Ele responde à minha vontade. Ou, segundo Nietzsche, talvez seja eu o instrumento da vontade dele, que deseja se expandir. A verdade é que estamos em simbiose, em um acordo mútuo. E há uma enorme satisfação em não desejar ter um corpo ou aparência diferente da que se tem.

 

No mandamento aforístico de Nietzsche, “Torna-te quem tu és”, é isso que se busca. Ou, nas palavras de Leminski, a certeza de que “isso de querer ser exatamente aquilo que se é ainda vai nos levar além”. E eu estou plenamente satisfeito com meu corpo, com minha aparência e com tudo o que posso obter dele. O pensamento é corpo. A linguagem é corpo. A sociedade é corpo. Meu corpo, minhas regras.

 

 

A Adaptação do Corpo: Do Estudo ao Esforço Físico

E ele se adapta perfeitamente. Se preciso estudar, com um pouco de esforço meu corpo absorve o conteúdo, registra-o na memória e me permite aplicá-lo na prática da vida. Se quero emagrecer, bastam alguns ajustes para perder peso rapidamente. Com disciplina, poderia trocar minha leve protuberância abdominal por um abdômen definido. Se treino um pouco, meus ombros alargam, meus músculos ficam visíveis, meu físico ganha um ar saudável e atlético. Mesmo pegando pouco peso, minhas panturrilhas crescem harmonicamente, enquanto vejo outros se esforçando muito mais sem conseguir resultados, acumulando corpos amorfos, disformes, sem simetria. Meu corpo, não. Ele se molda à minha vontade. Shape de atleta, e natural. E a intenção velada por trás do corpo de se fazer e praticar atividade física, musculação, é ficar bonito pelado. E ficando bonito pelado, você cuida da saúde e um corpo saudável produz pensamentos saudáveis.

 

 

A Voz do Atleta: O Corpo Como Potência Esportiva

Sou um grego também pelo talento nos esportes. Na educação física, eu brilhava. No futebol, era habilidoso, arisco, driblador — um típico brasileiro com dom inato. Só não fui profissional por indisciplina. Na atlética do colégio, fiz parte do time de handebol que ganhou ouro nos jogos escolares. No vôlei, jogava como levantador. Como tinha uma cesta de basquete em casa e desenvolvi um bom arremesso, meu professor sempre me escalava para a posição de armador no time.

 

No futebol americano, sei as regras, jogo Madden, sei lançar uma bola em espiral. Se esse esporte fosse popular no Brasil, eu seria quarterback, ou no mínimo jogaria flag football. Só não pratico luta, mas acompanho MMA e sei que, pelo meu físico atlético, seria um bom lutador técnico, como José Aldo ou outros strikers que também eram bons no futebol. Teria talento na arte suave do jiu-jitsu dos irmãos Gracie. Aliás, entendo muito de UFC, desde a época do Pride.

 

 

A Luta: Intelectual e Física

E a verdade é que, assim como sou bom na porrada intelectual, se for preciso partir para a física, não vejo problema. Briguei muito na adolescência e acho que bati mais do que apanhei. E a regra é clara: não perder. Briga de rua vale tudo, ainda mais quando há desvantagem física. Uma vez tomei um mês de suspensão porque quebrei — antes de Datena tornar isso popular — uma cadeira nas costas de um gordão que achou que podia comigo por ser maior, mas não era dois. Não contava com minha astúcia e minha marreta biônica (no caso, a cadeira). Me chamo David, e derrubar Golias com uma pedra não é coincidência.

 

 

O Orgulho do Corpo: Cor, Tamanho e Valor

E meu orgulho com meu corpo se estende até ao meu íntimo. Não desejaria que fosse maior, mais grosso, mais belo ou de outra cor. E que cor bonita eu tenho! Não preciso ser bronzeado artificialmente, nem excessivamente claro ou escuro. Não é o dourado a cor do pecado e do verão? Já ouviu Mulato, de Noel Rosa?

 

Mas, ao contrário daquele, eu adoro mulher. E meu órgão sexual é como o comercial da Havaianas: quem conhece, sabe (inclusive, recantista, mas deixa eu ficar quieto). Recuse imitações. Ele fala por si só. Como diria Nietzsche, aquilo que tem valor — seja tamanho, espessura ou beleza — não precisa ser demonstrado. Talvez só sentido, apreciado e degustado.

 

DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 06/03/2025
Reeditado em 06/03/2025
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