DICAS DE PRODUÇÃO TEXTUAL (crônica, ensaio, artigo, etc.)

Um texto é primariamente dividido em duas partes, que deverão ser trabalhadas:

CONTEÚDO e ESTRUTURA

A estrutura textual é que define o gênero do texto ( crônica, artigo, poesia, carta, etc.).

Tratarei aqui de textos de uma forma diversa. Por isso não me aprofundarei muito. O tipo de estrutura que vou abordar é mais comum a crônicas, ensaios, artigo e redações.

CONTEÚDO

O conteúdo é a alma do texto. É o que será dito. O que se quer expressar. É ele que vai atrair o leitor.

Por outro lado, sem a estrutura, por melhor seja o conteúdo, nada se diz.

O conteúdo demanda talento, inspiração.

A estrutura, técnica.

Como eu faço:

Só escrevo textos artísticos opinativos ou criativos quanto estou realmente envolvido emocionalmente com o tema, inspirado. Não consigo escrever friamente. Sem emoção.

O TEMA será o que está me afetando no momento. A perda, a tristeza, a depressão, a alegria, o amor, minha mãe, uma reportagem tocante, um sentimento arrebatador, uma questão social revoltante, enfim, algo que revolva minhas emoções.

Primeiramente, despejo tudo no papel, sem me preocupar com palavras, correção gramatical estrutura (início meio e fim), NADA. Normalmente é uma espécie de catarse, as palavras vão brotando e deixo-as sair, do jeito que for. Um desabafo.

LAPIDAÇÃO DO CONTEÚDO

Passada essa fase, é hora de dar uma geral no escrevi. Lapidar o diamante bruto.

Geralmente não faço no mesmo dia. Gosto de trabalhá-lo com a mente limpa, sem as emoções do momento.

A primeira coisa que faço é acertar os erros gramaticais, pontuação, ortografia e eliminar repetições (use um dicionário).

Isso feito, enxugo excessos. Durante o processo criativo, não me preocupo com a quantidade de palavras usadas para me expressar. Mas, palavras demais cansam o leitor. Quanto mais direto e sucinto for para expressar uma idéia, sem perder qualidade e conteúdo, melhor.

O próximo passo consiste em reorganizar o texto, remanejando parágrafos, orações, ou mesmo reescrevendo trechos.

Tudo pronto e reorganizado, passo a me preocupar com a estrutura que moldará o gênero textual. No caso, tratarei de uma estrutura básica, que serve para quase tudo. INÍCIO MEIO E FIM. Ou, com outras palavras: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.

É ora de compor (aproveitando o já escrito, reescrevendo trechos, ou criando novos) a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Com exceção dos textos poéticos, a maioria dos gêneros textuais são organizados assim. Filmes, livros, romances, periódicos, artigos, redações, dissertações, etc. Cada qual com suas especificidades caracterizadoras, mas sempre com INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO.

INTRODUÇÃO:

Apresenta-se, de uma forma geral e cativante (para atrair o leitor – no caso de crônicas), o TEMA. Ou seja, do que seu texto irá tratar. Já aí, o leitor tem que ter uma noção do que encontrará no decorrer do texto. Caso na introdução o leitor fique perdido quanto ao tema ou não se sinta atraído quanto ao que irá encontrar, ou ainda, quanto à sua maneira de escrever (estilo, erros gramaticais, repetições, excesso de palavras – texto cansativo, etc.), é possível que ele não prossiga a leitura.

DESENVOLVIMENTO:

Posso utilizar quantos parágrafos quiser. Contudo, devo ser razoável, e seguir a proposta do gênero textual trabalhado. Uma crônica, por exemplo, costuma não exceder uma lauda.

O importante é que cada parágrafo do desenvolvimento encerre um tópico de sua argumentação, ou exposição. Tem que ter início meio e fim. Ser uma mini-redação.

Por exemplo. Se Seu tema é PRECONCEITO. E você irá abordar os seguintes tópicos no desenvolvimento:

A irracionalidade do preconceito; a hipocrisia do preconceituoso; a inaceitabilidade de tal atitude nos tempos atuais; a igualdade entre todos os seres; etc.

Cada tópico desses deve ocupar um parágrafo próprio. E nunca se iniciar em um parágrafo e continuar em outro.

Estamos tratando aqui de um texto relativamente curto (crônica, artigo, etc) e não de um livro.

Importante também definir os tópicos que irão compor seu desenvolvimento. Esses devem, juntos, formar um desencadear coerente de ideias, seguindo uma raciocínio lógico, bem estruturado. Muitas vezes, no processo criativo, escrevo trechos interessantes que, apesar de conectados ao tema, numa segunda leitura, percebo desencaixados do todo. Daí elimine-os.

Entenda que seu texto tem que ter coesão e coerência. Tem que ser bem estruturado, tanto nas palavras, parágrafos, quanto nas ideias.

Não dá pra sair falando tudo.

Após o processo criativo, você organizará cada parágrafo, de forma coerente com a proposta temática, com os tópicos ideais ao seu projeto. Lembre-se que você quer ser lido. Não ser cansativo. E tocar seu leitor.

CONCLUSÃO

Nada exagerado. Retome o tema. Expresse sua opinião. E finalize com um pequeno trecho, dependendo do tipo textual, divertido, tocante, estimulante, dramático, uma frase diferente, autoral, que dê um ponto final a todo discorrido e que de alguma forma toque o leitor.

Normalmente, depois de pronto, guardo o texto, para revisá-lo depois. Noutro dia, momento, com outro humor. Esqueço-o. E um dia, retomo-o, revisito-o. Às vezes o sinto pronto. Noutras não. Engaveto-o novamente, e repito o processo uma, duas, três... quantas vezes necessárias, até não encontrar mais uma vírgula para mudar.

É uma questão de intuição mesmo. Reviso tudo. Aparentemente está perfeito. Mas algo me incomoda. Daí guardo e espero.

IMPORTANTE

A GRAMÁTICA e o DICIONÁRIO são os melhores amigos do escritor!

Rafael Lengruber
Enviado por Rafael Lengruber em 16/11/2022
Código do texto: T7651031
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