O POETA E O METAPOEMA

No rigor didático, o metapoema ocorre somente quando o autor logra atingir alguns efeitos estéticos. Esta peça incomum de literatura poética compõe-se de um conjunto de versos de temática definida: Poesia sobre Poesia e o processo de criação. Um momento singular em que o poeta-autor atua como crítico, ao analisar o seu processo criativo sobre a peça poética, quanto ao formato ou conteúdo. Enfim, representa um mergulho profundo nos infernos do ser e o processo antitético que o inquieta e povoa no cadinho da criação. Em nenhum momento pretendi (ou pretendo) definir o poeta, porque por sua natureza, não tem definição particular frente ao outro indivíduo, mesmo que este seja o humano ser do lugar comum da vida, aquele sem maiores perquirições sobre o sentido do viver e/ou ele frente a si próprio. Sua criação, através da Poética haurida e nascida no texto, é que lhe vai dimensionar. Alguns criadores de poemas não chegam à Metapoesia, são singelos fazedores de versos, mas da mesma maneira trazem a alguns dos seus leitores o bem maior: a Felicidade, que minimamente, é o estar no mundo com alegria. Este agente do Bem tem capacidade permanente para o exercício do amar. E, em regra, fazem do lirismo amoroso sua bandeira de comunicação. Transmitem suas descobertas através de versos babados de inocências.

– Do livro A VERTENTE INSENSATA, 2017.

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