FAZER POEMAS É ARTE PARA POUCOS
(Para o Rubenio, à guisa de opinião crítica sobre o autor e sua obra)
Rubenio Marcelo é uma personalidade de destaque no contexto intelectual do Mato Grosso do Sul, especialmente em Campo Grande, onde tem sede a sua mais importante Academia de Letras, com territorialidade abrangente a todo o Estado.
Diga-se de passagem, que é marcante a atuação acadêmica de Rubenio. Este não é somente um homem de Letras condenado a pensar e à lavratura de sua obra literária. É muito mais do que isto.
Trata-se de um artista polivalente: escritor, poeta, pesquisador, compositor, músico, intérprete e teatreiro. Marca, com a sua presença e estro, toda uma geração de pensadores que emerge naquelas plagas.
E mais. Como Rubenio Marcelo tem forte personalidade, suas opiniões analíticas têm imediata repercussão no seio dos autores locais, principalmente nos novos e novatos agremiados na Associação de Novos Escritores - ANE.
Exercita, em sua área de influência, o que se espera de todo o autor experimentado: que ele seja a antítese, a provocação ao novo, objetivando a síntese no processo dialético.
Como poeta, é ele o inveterado experimentador: congemina o verso clássico e a contemporaneidade. Busca o som e o ritmo das palavras e burila o verso como um bom ourives.
Para ele, a palavra é desafio e novidade. Em cada poema há palavras incomuns. Não há lugar para o rebarbativo, para a mesmice. Pretende um leitor que descubra o dicionário e se enriqueça. Sabe que fazer poemas é arte para poucos.
Que venha o seu “Graal das Metáforas”, que temos a notícia de que está no prelo. Ganharemos nós, os leitores.
– Do livro CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre a Prosa e a Poesia, 2006 / 2007.
http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/483232