Simplococto

SIMPLOCOCTO – Tipo estrutural de poema criado por Genilton Vaillant de Sá. A nomenclatura vem da justaposição dos vocábulos “Simploce” e “Octo”, assim entendido:

- Simploce, do grego “symploké” (entrelaçamento). Substantivo feminino retórico, figura que consiste em principiar e/ou terminar frases pelas mesmas palavras;

- “Octo”, do grego “októ (oito), elemento de composição.

O poema exige estrofes octósticas octossílabas, ou seja, de oito versos de oito sílabas cada um, rigorosamente metrificados na tonicidade 4-8.

Não há limite de estrofes, mas um mínimo de duas e com rimas reais, gráficas-sonoras, na forma “abababab”, ou seja, apenas duas terminações de rimas alternadas em cada estrofe . As palavras finais de cada estrofe serão sempre as palavras iniciais da estrofe seguinte, mesmo que, no sentido taxionômico, sejam de categorias diferentes.

Na contagem das sílabas, o uso da diérese e/ou sinérese é opcional. É permitido, ainda, o uso do processo Enjambement na construção dos versos, exceto quanto aos procedimentos extremos de Sinafia. Desde que de forma parcimoniosa, a Sínese, também pode ser usada, até mesmo como licença poética. Os tropos Enálage e Hendíadis quando usados com critério, dão um toque todo especial aos versos.

Para facilitar a perfeita construção sintática dos versos, é permitido o transporte das palavras finais de uma estrofe para o início da estrofe seguinte, inclusive no entrelaçamento da primeira e última estrofe do Simplococto Cabal, acompanhadas dos advérbios, artigos, conjunções, preposições ou pronomes porventura antepostos, desde que monossilábicos e que possam elidir, ou fundir sonoramente, com as palavras pospostas. Especifico neste caso, os elementos a, da, de, do, e, lhe, me, o, pra, pro, que, se, te, tu seguidos de uma palavra começada por vogal ou agá.

As Metáforas, sejam pela aproximação de objetos materiais; pela aproximação de um fato moral ou intelectual de outro físico, ao que serve de nome ou, ainda, servindo de expressão de ideias abstratas, comparando-as com outras concretas, tudo isso se faz necessário, até de forma “sine qua non”, na boa arte de versejar.

A construção “ad sensum” dos versos deve acompanhar de perto as nuanças determinantes da sensibilidade e imaginação poéticas. A elaboração de um verso acometido do abuso da Silepse é, invariavelmente, taxada de Solecismo, prática sem nenhum respaldo poético.

A estilística dos alcunhados “subterfúgios linguísticos” impõe rígidos critérios, não dando margem aos inadvertidos erros sintáticos. A Silepse de número, por exemplo, só se faz conveniente quando, na construção do verso, houver uma certa distância entre o verbo e a palavra que indica a significação do sujeito.

O Simplococto pode ser composto de duas formas: Basilar, em que a primeira estrofe serve apenas de base para a construção das demais; Cabal, quando a primeira estrofe, além de servir de base para as demais, deve iniciar seus versos com as mesmas palavras finais da última estrofe, tornando, assim, cada verso numa espécie de “leonino in limine”.

Genilton Vaillant de Sá

Genilton Vaillant de Sá
Enviado por Genilton Vaillant de Sá em 07/03/2014
Reeditado em 11/03/2014
Código do texto: T4719378
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