O DILETANTE

A obra de arte é um espelho (bom ou ruim) que se reflete (ou não) à revelia de sua concepção e de seu criador. O criticado, enquanto possui a posição diletante, amadorística, de se achar "dono do texto", nunca receberá bem a análise crítica, já que não absorverá dela eventuais elementos figurativos para o seu crescimento no fazer literário. Também porque o ama tanto que não consegue conviver com o provável antagonismo, apesar do fato de que intimamente anseia ver a sua obra realmente considerada de alto valor estético. Uma dica simples, porém importante: no texto ora em exame, a codificação verbal está rala, devido à rarefação de figuras de linguagem, especialmente as metáforas. Consequentemente, não há sentido conotativo na proposta, e, sem este não há como configurar-se a Poesia como gênero literário. O que temos é um texto em prosa poética, apesar de estar apresentado em versos – como se fora um POEMA – que é forma e formato de apresentação do conteúdo pertinente aos domínios do gênero Poesia. Portanto, o correto seria apresentar o texto em frases, como qualquer texto que se caracterize como exemplar do gênero literário Prosa.

– Do livro A FABRICAÇÃO DO REAL, 2013.

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