SOBRE A TRISTEZA

Bom que gostaram do texto "FRAGMENTOS DE TRISTEZAS", posto a lume neste Recanto das Letras, em http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/4488924 . Percebi, e não num primeiro momento – somente no processo de transpiração – que o conteúdo do texto não fechava com a proposta do título. No caso de uma crônica, até caberia o vocábulo com sua carga imediata de tristuras. Dei-lhe então novo nome: FRAGMENTOS DE VERDE E CÉUS, porque neste realçava a codificação verbal, visto se tratar de um texto literariamente classificável como Prosa Poética. E nesta, não há como fugir do sentido conotativo das palavras. Sobre a “tristeza”, não gosto dela nem na palavra: por si é tão forte que nunca metaforiza. É palavra rasa, direta. A utilização do vocábulo fazia o conjunto textual muito taciturno, sorumbático, e eu não o queria assim, e sim a proposição da temporalidade, com a sugestão da chegada da estação primaveril – mais uma metáfora de imagem – além de, cotidianamente, o nascimento de cada dia no outonal do existir, e sua proposta de felicidade sempre possível, que se pode esvair por entre os dedos, se não a entronizarmos como dádiva na fabricação da realidade e suas eventuais claraboias de luz...

– Do livro A FABRICAÇÃO DO REAL, 2013.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/4489536

Joaquim Moncks
Enviado por Joaquim Moncks em 20/09/2013
Reeditado em 20/09/2013
Código do texto: T4489536
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