“POETÊS OU PUNHETÊS”...

Versejar é o ato de laborar em versos, dizer ou fazer o verso, utilizando a Poesia como gênero. Quando aplicada a expressão “eu versejo” no interior do texto como flexão verbal, há que se entender este como “ato ou ação de versejar”. Muito cuidado com este verbo, ele é não executivo, isto é, não tem efeito prático. O tal de ‘versejar’ só serve para explicar o ato contemplativo, jocosamente, do “poetar ou punhetar", que é a condenação ao verso, à enxaqueca dos neurônios, que só incomoda o autor do poema ou texto em que aparece a prosa poética. Em ambos os gêneros (Poesia e Prosa Poética) ocorre a linguagem figurada, caracterizada pelo uso reiterado da princesa da linguagem: a metáfora. Não é aconselhável usar este verbo que nada diz, em Poesia, além de ser um verbo banal, puro poetês ou punhetês, entendes? Sempre ganha o texto com a substituição do verbo “versejar” por “versar” que é seu sinônimo (dicionarizado), verbo entendível para o leitor como comando ou ação prática eminentemente poética. Ganha em relevo o poema em sua finalidade estética ou teleologia de entendimento. “Versejar” é verbo que insinua nova subjetividade sobre o tema ou assunto, e é coisa de novato em criação poética ou de cerebrinização de autoria. Em regra, é cochilo da possessão do poeta, do subjetivismo autoral que reafirma que o texto é seu e ninguém tasca, e por isso, ele tem de proteger o seu versejar...

– Do livro A POESIA SEM SEGREDOS, 2012.

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