ACERCA DE MÚSICA E POESIA

“MEU ANJO ROSA FLOR...

Valdison Compositor

Anjo do meu infinito nas suas asas

Quero voar...

No céu, além das estrelas acima das ondas do mar...

Anjo meu, seus olhos são luas de prata

Iluminando o meu sorriso

Que não Quero! Eu preciso tanto beijar...

Sua voz anjo dos meus sonhos

É sopro de vento sussurrando

O amor em meu ouvido sem desafinar...

Meu anjo rosa flor

Todas as flores são rosas

Em perfume de amores a sonhar...

Publicado no Recanto das Letras em 05/04/2010

Código do texto: T2179515”.

Realmente, Valdison, fazes jus ao teu cognome de "compositor", que, por sinal, é algo que não acho fácil exercitar, por causa do "tempo": o andamento musical, que é o necessário ajuste do som das palavras à Música, prima-irmã da Poesia.

Veja-se aqui, o texto é de uma singeleza pungente, de uma leveza que encanta, de uma inocência a que só o amor se permite. Esta pureza dá a dimensão da busca, no amar... E este ritmo tão peculiar nasce pronto para a congeminação musical. Só poderá surgir desta junção uma canção de enlevo, de acalanto. Parabéns, amigo!

Que nos encantes sempre com a tua verve e o talento da composição... Porque uma coisa é ser compositor de versos para musicar, outra é compor poesia, o ser poeta...

Numa, a palavra andeja, ritmada, atendendo ao gosto médio do consumidor popular, na singeleza da comunicação ornada de música, em outra, ela aparentemente baila no papel (ou no monitor do computador) e pede socorro, solta no ar, dando asas aos neurônios, exigindo a reflexão, mesmo que sobre temário popular, devido à utilização de figuras de linguagem, ainda que entendíveis pela maioria do povo apreciador do que “toca” nas emissoras de rádio. Porém, a mensagem é mais codificada, exigindo maior gama de raciocínio, acaso apresentada com os ornatos da Poesia.

Em ambas, o talento pessoal é a pedra-de-toque, o diferencial frente ao trivial. O resultado da intensa mídia, na música, e que pode redundar em grande visibilidade, é possível e plausível ao autor de letras de música, ainda enquanto vivo. É o encontro com a palavra mágica: o sucesso.

É a hora do prestígio e do dinheiro às pencas, quanto mais se ajustar ao gosto popular e vir a vender o CD... E, se houver cópias “piratas” mais será cantada e popularizada a obra. Veja-se o “sertanejismo”, que hoje busca público no meio universitário...

O poeta, em geral, e sobremaneira o que enfrenta temários universalistas – salvo honrosas exceções – não nasceu pra ser sucesso enquanto neste plano do viver.

A memória de um povo carrega os seus poetas e o inefável de seus poemas. É tesouro espiritual que dificilmente acresce em moeda e, sim, em verdades e reflexões.

Em Poesia, a regra é a redescoberta do autor séculos depois, na imortalidade de seus versos. Quanto mais o palco envelhece, maior é a veracidade dos valores que dimanam da voz do tempo...

– Do livro DICAS SOBRE POESIA, 2009/10.

http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/2234465