O CORTEJO DA FÁCIL POPULARIDADE
(para o poeta Silvério Bittencourt, em Torres/RS)
Sim, que boa notícia a do teu cadastramento no Recanto das Letras, que é um site para escritores.
Por certo, tratarei de ler e darei alguns pitacos sobre a tua criação. Não tão caloroso como o que confeccionei sobre a tua peça de estréia, que ensejou mais de três páginas (cerca de 7.000 caracteres, contados os espaços). Um texto em prosa para publicação em jornais e revistas é interessante que tenha até cerca de 1.600 caracteres. Mais extenso do que isto fica difícil do editor conseguir espaço sem prejudicar os outros colaboradores.
Por isto, dificilmente o nosso ensaio A PALAVRA ALFORRIADA, http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/2082032, sairá no RS LETRAS, na integralidade textual. E não sei como anda o meu prestígio com a editoria do mesmo...
Nada de fazer do Recanto uma "gaveta virtual", somente para arquivar o que vens escrevendo. Ali são mais de 47.000 autores, em prosa e verso, e os editores (pouquíssimos bons) estão visitando o site a toda hora. Cuidado com os "picaretas", que só querem tirar dinheiro dos novatos, prometendo mundos e fundos e elogiando com objetivos escusos...
Revisa bem os textos, antes de publicá-los. Saberás que poucos comentaristas ficam atentos a forma e fundo, principalmente em Poesia. É compreensível que isto ocorra, a maioria está publicando para obter leitores, dizer-se presentes. Só um bom escriba pode vir a ser um razoável analista crítico.
Há autores de todos os tipos e “degraus”, na escala estética. Há milhares deles que só comentam para receberem visitas. Ou seja, exigem contrapartida... Esta é a regra em todos os sítios da Grande Rede.
Quando se vai até a página do visitante, ficamos embasbacados com tantos descuidos em cima de textos mal formulados, descuidados na apresentação, plenos de erros de vernáculos e de gramática; de temática muito pessoalizada; falta de estilo próprio, etc. Só pra não falar em plágios, fato muito comum na internet, a qual aceita tudo. É só teclar, tudo quase sem custos imediatos...
E o autor da peça fica sendo elogiado por amigos, junto aos quais busca a fácil popularidade, ou seja, a aprovação para o texto publicado. É de lembrar São Francisco ou o Senador Sarney: "É dando que se recebe!".
Não tenhas pressa, contém-te! Nunca publiques mais de um texto, a cada período de três a cinco dias. Espera pra ver o cortejo que vais receber. Logo individuarás os "que têm bala na agulha", aqueles que sabem escrever e exercer a apreciação crítica. A regra é receberes sucintos elogios, loas tresloucadas e melosas, pois é isto o que esperam em retribuição, nas suas páginas.
Tens o tempo a teu favor, não te apresses!
Os editores sérios têm pouco tempo para buscar talentos, vivem a correr atrás do dinheiro, pois sobrevivem do rendimento de seu trabalho editorial, num país que lê muito pouco e no qual os leitores muito eventualmente compram livros...
Os fazedores de livros recebem indicações de autores experimentados e logo querem ver o que os novatos estão a escrever, quais as suas temáticas, e o cuidado que têm para com a Palavra.
Mas, cuidado! Ambos são malucos e corajosos... Não dizem o que comumente se espera, e, sim o que sentem.
Alguns muito cedo se apercebem que são antevisores da história de seu tempo de viver. A roda da Fortuna não espera...
– Do livro DICAS SOBRE POESIA, 2009/10.
http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/2086825