O CACOETE DO POETA
– para Marilene Teubner, em Urânia/SP.
“NÃO SEJA [A]NORMAL
Somos da “Raça” humana
Independente de cor, sexo, posição social.
Somos “Mortais” seres iguais.
Preconceito é crime.
Racismo é pecado mortal.
Marilene.
04/03/09, remetido pelo Orkut.”
O conteúdo é bom, permite que ressaltemos a figura humana sem discriminações: rios de mesmo caudal de origem. O título da peça me parece carecedor de cuidados...
Brigo com ‘aspas’ colocadas desnecessariamente. O que está sobrando é o vocábulo “Raça”. E o texto perde, em estilo, com a utilização de “Mortais” (assim apresentado), com camisa de força.
Sinais gráficos são camisas de força. Enclausuram o vocábulo e, por vezes, tiram-lhe a força por funcionar como fosse um aposto explicativo.
Por que escrever o texto sob a forma poética, se não se trata de Poesia? Não há metáforas, é linguagem linear e de coloquial objetividade. Trata-se de Prosa, e se o deveria apresentar em frases, linhas cheias, escritas de margem a margem.
Por que o escritor (que pretende ser poeta) teima em querer se expressar sempre sob a forma poética? Nem sempre este é o ferramental adequado. Parece ser aconselhável fazer a diferenciação formal.
Seria o cacoete do poeta em busca da Poesia?
– Do livro O HÁLITO DAS PALAVRAS, 2006/2009.
http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/1470460