SPARTACUS - Berenice Heringer

Há uma pesquisa científica corrente que aventa a hipótese de uma catástrofe mundial que aniquilou mais da metade dos humanos existentes na Terra num determinado período. Talvez no tempo em que os continentes ainda eram unidos. Pois eles já foram... As beiradas de alguns se encaixam nas orlas de outros.

Teria sido antes do afundamento da Atlântida, há uns doze mil anos atrás?

A catástrofe foi ocasionada por lavas escaldantes e cinzas tóxicas de um ou mais vulcões em erupção. A população remascente dessa hecatombe se afunilou como se tivesse sido empurrada num gargalo. Os cientistas estudam exaustivamente o DNA Mitocondrial e já adiantaram que há muita identidade e poucas variações. Somos todos iguais nessa longa noite do Tempo...

Em Esparta, temos notícia de muito rigor na disciplina e na ordem familiar e social. As crianças que nasciam fracas ou deficientes eram jogadas num penhasco, deixadas ao relento ou sobre a neve. Se sobrevivessem poderiam ser recolhidas e salvas, talvez. Acho que os termos disciplina e regime espartano são desse período. Trabalho duro, ordem, cumprimento dos deveres. Claro que as dietas também eram frugais. Muito exercício e comida regrada. Será que alguém, hoje, pensa nos espartanos e nos seus códigos de conduta? Agora existe um patrulhamento ao contrário: é só para bambear e relaxar as regras. Se apertar, alguém é acusado de Mengele ou Golbery. Mas como é que os cristãos inventaram o verbo judiar, claramente anti-semita, autorizando uma conduta ou comportamento de tortura imposta a alguém que não professa a mesma crença religiosa?

Não discuto religião. Só faço pesquisa histórica, analiso, concluo. Sigo a máxima de Freud: o que não pode ser provado não pode ser contestado.

Será que aqueles monges medievais eram espartanos? Consta que se auto-flagelavam, faziam jejum e não se lavavam. Alguns ficavam cobertos de piolhos, adoeciam, deliravam. Talvez sofressem os tormentos de Lúcifer, o Sedutor, e até as tentações de Santo Antão, documentadas num afresco ou obra literária. Em Anjos e Demônios, de Dan Brown, temos o desfile de uma galeria completa. Mas a Cruz não se mistura com a Espada. Ou será que sim? Os habitantes da cidade-estado Esparta eram militares, essencialmente. Não tenho uma obra aqui para pesquisar. Mas Spartacus foi um gladiador, um antecedente do lutador romano, com sua biga puxada por um corcel, sua armadura metalizada, suas sandálias como as de Jasão, que perdeu uma delas, o que os deuses diziam ser um mau presságio...Mais tarde, sua sorte revelou-se madrasta. Ele fez por merecer. Era ambicioso demais.

Em Esparta a rotina era dura. O que se vê hoje são direitos em abundância. A militância de esquerda (não é mais o PT, agora todos em cargos de confiança) é pouco ou nada produtiva. Veja o MST. Alguns estão sob as asas de ONGs que recebem polpudas verbas do governo e de entidades estrangeiras. Os meios de comunicação auferem milhões em propaganda de órgãos públicos e alguns profissionais têm empregos e cargos comissionados no governo. E todos se locupletam e dão-se ao luxo de defender os pobres, excluidos, criticam a sociedade tão injusta, mas não descem dos seus pedestais, nem abrem mão dos inúmeros privilégios. Eles são como diz Mateus: primeiro os meus.

Ainda vou retomar este atalho, cujo filão descobri no brilhante artigo de um eminente advogado mineiro, Dr. Carlos Victor Muzzi, no Jornal do Advogado- OAB-Seção de MG.

Vila Velha, 16 de maio de 2008.

Berenice Heringer
Enviado por Berenice Heringer em 21/05/2008
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