A tal dor de amor

Nunca pensei que eu me sentiria assim, o fato é que quando ela me deixou perdi a vontade de viver, há dez dias que não como direito e já até perdi alguns quilos. Ela sempre dizia que iria me deixar, mas dizer é uma coisa totalmente deferente de fazer. E aqui estou, sentado em frente a um computador com o coração cheio de saudade por uma pessoa que amei, e amei muito. Nunca mais vou tirar sarro da cara dos meus amigos quando eles terminarem um relacionamento; estou percebendo que o negócio é sério, e dói muito. Eu sempre pensei que amor era algo que doesse quando machucado, ou seja, quando se ferisse separando, mas para definir o que estou sentindo: seria uma espécie de ferida que durante alguns momentos do dia se cicatriza e para de doer, mas quando lembramos da pessoa amada a ferida se abre e voltamos a sentir a tal dor de amor, dor insuportável.

Para tentar me curar decidi ir à praia, então fui para a Urca, que desastre, logo quando cheguei lembrei que eu toquei em certa ocasião violão para ela bem em frente a uma árvore, naquela noite ela cantou a música Marina morena, era noite, bem diferente do dia em que tentei me curar do tal mau do amor, acabei lembrando e como não consigo dominar meus pensamentos vivi o momento em minha cabeça atrapalhada, voltei a estaca zero.

Estou cansado de ouvir conselhos, do tipo: levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima, não funcionam, por mais que eu lute não consigo esquecê-la. Para ajudar peguei um livro em minha estante, o título era “conheça sua mente”, adorei o livro, mas quando eu terminei vi que o livro tinha sido dela, tornei a voltar à estaca zero.

Entender o coração é muito difícil. Por que sofremos? Ninguém gosta de sofrer, o tal amor não teria que ser para dar alegria, confesso o que não entendo. Ontem, por exemplo, tive que fazer um trabalho em Campo Grande, foi terrível passar na vinícola em que nós tivemos bons momentos, estou decidido a esquecê-la, mas confesso que está sendo a pior coisa toda minha vida.