A VIOLÊNCIA URBANA

Uma das principais apreensões das famílias é a violência urbana. Não há imunização eficaz contra suas causas e conseqüências.

Ela é disseminada e noticiada Nos meios de comunicação em diversos programas , inclusive em desenhos e filmes infantis.

As crianças têm acesso a diversos jogos, brinquedos e desenhos animados que fazem apologia do combate violento.

São diversas as causas do crescimento da violência nas áreas urbanas do Brasil, com maior incidência nas metrópoles.

Fala-se que a concentração de riquezas, a falta de oportunidades, desigualdade e o desemprego são os principais motivadores deste fenômeno que grassa pelo mundo inteiro.

Existem outros fatores preponderantes, tais como: desvalorização da família, desrespeito humano e o agravamento das injustiças sociais.

As pessoas não nascem violentas; os meios e condições de sobrevivência é que podem torná-las boas ou más, ajustadas ou desajustadas.

Dizem que no subconsciente há uma enorme guerra entre o bem e o mal. O ser humano está em permanente combate com seus demônios.

Talvez essa crença não tenha fundamento. Não existe justificativa convincente ou científica que comprove a afirmativa.

Como se pode dizer que o bem combate o mal? O bem não faz combate; não luta; não disputa; não faz concorrência, simplesmente dissemina bondade.

Se houver combate, não há bondade porque no combate usam-se as mesmas armas e mecanismo da maldade.

A família é o meio mais eficiente para se iniciar a neutralização dos efeitos maléficos do problema que afeta a todos. Ela é a célula mais importante da humanidade e necessita reassumir suas responsabilidades e atribuições de ensinar a prática do amor, do respeito e solidariedade.

O amor tem as ferramentas para a solução definitiva do problema que ameaça a sociedade. É necessário tomar algumas medidas para se mudar esse quadro de insegurança, medo e desespero.

A sociedade está inserida em clima de guerra urbana. A exploração secular do homem pelo homem provocou a marginalização das pessoas mais pobres, de tal modo, que surgiu um batalhão de crianças abandonadas, de pais sem expectativas, de trabalhadores desempregados, de empregados mal pagos, de famílias desestruturadas e de sub-empregados que não conseguem ganhar o mínimo para viver com dignidade.

O mundo capitalista incentiva o consumo desregrado; os serviços de marketing são competentes na criação de necessidades desnecessárias; os produtos são desejados e cobiçados.

Todas as camadas sociais têm acesso a essas informações, e claro, aqueles que não têm condições financeiras, também sentem vontade de consumir, de possuir o objeto da moda, de querer estar entre os incluídos e, nesse caso, se a família não foi formada em bases bem estruturadas, ou se o jovem for oriundo de casais desajustados, se for abandonado, a conseqüência será a violência; essa é a reação de quem tudo lhe foi negado.

Para a família tornar-se parceira no combate à violência, é necessário que se eliminem os desníveis sociais, que se combata a pobreza pela distribuição de rendas, que se facilite o acesso aos serviços mais elementares do ser humano e as necessidades básicas como saúde, educação, trabalho, moradia, transporte e lazer sejam supridas e, assim, ela possa ter possibilidades de ser inserida com as mesmas oportunidades.

A religião também tem um papel especial no combate à violência, porque a presença de Deus na vida do ser humano proporciona mais segurança, confiança e tranqüilidade.

O espírito humano, em estado de harmonia e equilíbrio, cria condições para propagação do amor fraterno, da solidariedade, da caridade e do respeito pela vida. Portanto, o amor ainda é a solução e a esperança de se vencer a violência humana.

Silvanio Alves da Silva (27/02/2001)