Mentiança
Há algum tempo atrás escrevi algo sobre muitas dores diferentes, e como todas elas juntas não seriam capazes de doer tanto quanto a distância de coisas e pessoas que estão longe demais.
Venho hoje retificar o que escrevi, porque tem uma dor que dói mais, e que só faz descer lágrima sincera.
O que mais dói é a mentira.
Ora, que simples, todo mundo já sabia. Bom, pra mim não era bem assim. Convivemos com a mentira todos os dias, e até mentimos diariamente sobre coisas pequenas, mentimos para sair mais cedo do trabalho, mentimos quando chegamos mais tarde, mentimos pra mãe dizendo que estávamos num lugar e fomos para outro, mentimos sobre o boletim... enfim, mentimos. É humano.
O que acontece é que, às vezes, a mentira tem jeito de ser detectada e encontrada antes de um estrago maior. O único sentimento capaz disso é o sexto sentido de cada um.
Quando você sentir que alguma coisa está errada, as pessoas estão se comportando diferente, a atmosfera não é a mesma e pequenos gestos entregam pensamentos maiores, não jogue essa sensação no lixo. Não ignore.
Tem certas mentiras que sempre passam batidas, mas tem mentiras que vêm à tona depois de muito tempo, quando parece que tudo está certo de novo, quando tudo o que passou pareceu ser um mal-entendido. É a vida. A mentira vem, porque ela não resiste destruir sua maior inimiga: a confiança.
Nossa, como é difícil construir confiança em alguém! E como é mais difícil reconstruir o mesmo sentimento, no mesmo lugar, pela mesma pessoa.
A culpa dessa trama perversa é de nós mesmos. Existem pessoas especiais, sim, mas não existem pessoas perfeitas. No fim de tudo, todos os relacionamentos têm esse algo em comum, porque a essência humana é a mesma, e depois da mentira vem o esforço em reconstruir a confiança, e a vida passa a ser uma mistura das duas...
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