O ARGUMENTO

A vida é feita de desafios e por conseqüência sempre haverá algo novo para fazer, mas que a princípio pode parecer uma tarefa um pouco difícil. Se não dermos mais um passo e ficarmos parados jamais saberemos se somos capazes de superar as dificuldades para alcançarmos - no final da tarefa - a gloriosa conquista tão desejada no início da jornada.

Alguns desafios são relacionados com o nosso poder de persuasão. Ou melhor, pertencemos a um grupo heterogêneo onde convivem pessoas das diversas tendências e precisamos usar nossa palavra para convencer os eventuais 'teimosos' que não comungam com nossas idéias. Isso tudo está relacionado com nosso ego, pois quando pensamos existir uma possibilidade para resolver um problema, temos convicção de que nossas idéias superam qualquer outra, mas para que isso de fato ocorra temos de demonstrar que a solução que oferecemos é a que mais se aproxima de um resultado satisfatório no contexto do grupo, pois poderá atingir um maior número de pessoas com os benefícios que irão surgir com essa sugestão.

Eu, particularmente, quando vejo alguém se lamentar porque perdeu algo subjetivo que foi discutido numa reunião, costumo aconselhar essa pessoa para que não desista de apresentar suas idéias, mas que essa primeira derrota sirva como parâmetro para não cometer os mesmos erros, pois uma sugestão ou uma idéia - para que sejam aceitos – precisam convencer. Sem o convencimento jamais alguém irá conseguir vencer a barreira da derrota, pois numa reunião onde se visa equacionar problemas, prevalecerão os projetos que mais se aproximam de uma solução desses problemas. Assim, não há dúvida que o melhor meio de se alcançar o sucesso é a palavra chave chamada de ARGUMENTO.

Algumas pessoas que convivem comigo, às vezes, costumam dizer que sou manipulador. Não no sentido pejorativo, ou de que esteja fazendo mal às pessoas que convivem comigo. Mas sim porque num relacionamento entre grupos, minhas idéias são mais aceitas do que a de outros componentes do mesmo grupo. Não me julgo melhor que ninguém e nem ouso dizer que isso não me oferece um toque no ego. Ocorre que aprendi uma coisa simples nesse contexto que estou descrevendo; de que para tudo o que você apresenta como idéia deve haver um bom argumento. Do contrário, qualquer coisa que você oferecer como solução irá sucumbir diante de uma outra solução que pareça mais próxima do resultado satisfatório.

Mas a pergunta principal é em que se resume esse argumento? Respondo que o argumento vem acompanhado do conhecimento da causa. Isso serve para qualquer plano da vida pessoal. Serve para o advogado, serve para o empresário, serve para o líder sindicalista, serve para o chefe de uma repartição etc.etc. Assim, o argumento é a substância do projeto que se apresenta como solução. O bom argumento também vem acompanhado do poder de exposição, porque esta última requer a consolidação da idéia que se pretende implantar. Destarte, quando o autor do projeto expõe seu ponto de vista e ao mesmo tempo vai demonstrando qual o caminho a ser percorrido - para se chegar à solução ideal - estará partilhando de uma forma harmônica a sua solução. Daí a grande importância da exposição.

O bom argumento é aquele que convence. Outro elemento de relevância no argumento é o poder de persuasão que é quase o mesmo que o convencimento, mas a meu ver diverge pela sua riqueza, já que para convencer muitas vezes não é necessário o argumento, bastando que ofereça um outro benefício que fuja do contexto da idéia. Por exemplo, pedir para alguém votar em seu favor, dando-lhe um cargo. Ou melhor, nesse particular você convenceu não por causa da idéia, mas sim porque ofereceu um meio de troca. Já quanto à persuasão você convence pela pureza da idéia que apresenta. Não há nenhum desvio indireto da idéia.

É evidente que esse poder de convencimento varia de acordo com o conhecimento das pessoas que fazem parte do grupo. Caso você esteja num grupo dileto e formado por pessoas capacitadas e profundamente preparados para discutir determinado assunto, você terá maior dificuldade para convencer. Por essa razão, é sempre de bom alvitre que quando for para uma reunião procure conhecer seu opositores; a capacidade intelectual de cada um, para poder explorar os aspectos que estejam mais vulneráveis nessas pessoas. É preciso ter cuidado, no entanto, para não extrapolar a linha do discurso, entrando em 'picuinhas' pessoais etc, pois isso poderá causar-lhe desastres inesperados.

Enfim, concluo esta dissertação com a certeza de que conveci você leitor a ser alguém eficaz na sua próxima reunião, pois estando preparado para apresentar seu argumento, certamente sairá vencedor com a sua proposta.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 16/05/2008
Reeditado em 16/05/2008
Código do texto: T992064