Que coisa!!!
Às vezes sinto que estou morto, meu coração não bate, apanha como uma criança desamparada. É como se nada fizesse sentido ou tivesse forma dentro de mim. Minhas vestes cobrem meu corpo e os parcos sentimentos de cidadania que ora se encontram espalhados por toda a minha incrédula memória, mas deixam minha autoestima ao sopé da cama nua. Estou a sete léguas do Congresso Nacional e a um palmo do fim, do fim de mim mesmo.
Lembrei-me do livro O Processo de Franz Kafka, onde ele relata o caso de um cidadão que foi intimado sem saber qual o delito que cometera, ou qual a pena que poderia receber. Isto é o que está acontecendo comigo. Estou sem saber o porquê e como funciona o processo político brasileiro. Para mim, que sou avesso a esse assunto, tudo me cheira a falsidade, a mentira, a mesquinhez, a falta de vergonha das pessoas que se fazem políticas.
Ontem não tinha o que fazer... liguei a televisão no susto. Para meu espanto ouvi do então candidato à vaga deixada por Marina Silva, Carlos Minc, juras de pés juntos que não aceitaria o cargo de Ministro do Meio Ambiente, para logo em seguida, pousar de bom moço. Em poucos minutos havia esquecido todas as promessas que acabara de fazer. A criatura passou por um processo de amnésia, sem nem ao menos ter sofrido qualquer dano físico ou moral.
Este processo vergonhoso jamais chegará ao fim. Estou me sentindo como um daqueles nazistas que foram julgados pelo Tribunal de Nurembergue. Porém, vejo uma luz no fundo do poço, Marina Silva recuperou a vaga de senadora... adeus – Sibá Machado!