INTERNACIONAL
Nossa viagem estava programada para a madrugada do dia três, sábado, exatamente à 01:30h. Como já tínhamos experiências anteriores nesse tipo de passeio, achamos por bem dormir do entardecer até as vinte e três horas, oportunidade em que estaríamos preparados para passar o restante da noite acordados tanto pela ansiedade natural dessas ocasiões quanto pelo barulho ensurdecedor das turbinas do avião. Nunca consegui entender como alguém logra entregar-se ao sono escutando aquela zoadeira infernal causada pela aeronave. Tratando-se de vôo internacional precisávamos chegar ao aeroporto duas horas antes da partida, com vistas a um chek in mais demorado e minucioso. Por essa razão lá estávamos precisamente no horário previsto, e fomos imediatamente para o saguão das empresas aéreas com o fito dos trâmites iniciais. Após a burocracia, infelizmente necessária, ficamos a perambular e conversar por todas as alas do aeroporto enquanto aguardávamos o momento de embarcar. Nossos corações estavam a mil, não víamos a hora de começar logo os primeiros instantes do passeio tão detalhadamente planejado. Desceríamos em São Paulo, faríamos conexão e tornaríamos a embarcar para continuar a viagem primeiramente até Buenos Aires. O avião da Gol decolou no horário marcado, e durante cerca de três horas, a uma velocidade espetacular e uma altura estupenda para quem está habituado a ter os pés no chão cotidianamente, vimos as nuvens bem de perto e, algumas vezes, as cidades por onde passávamos, lá embaixo pequeninas e brilhando nas luzinhas que pareciam de brinquedo. Para quebrar a monotonia íamos também lendo as revistas de bordo e traçando planos para quando chegássemos à capital portenha. Vimos o dia amanhecer antes da chegada a São Paulo capital. Como uma enorme bola fervendo no espaço, o sol surgia e se escondia nas nuvens dando um espetáculo teatral de deslumbrante beleza poética. Pousamos no grandioso aeroporto de Guarulhos exatamente às 06;00. O próximo avião, que nos levaria direto para Buenos Aires, sairia às dez e meia da manhã. Depois de apanharmos a bagagem da esteira, passada a demora usual para isso acontecer, fomos ao guichê da Gol e fizemos novo chek in, após o quê fomos providenciar nosso desjejum. Já conhecíamos o aeroporto de Guarulho de outras viagens mas sempre nos encantamos com sua dimensão e potencialidade, por isso caminhar por ele foi uma diversão que abreviou o tempo e a maçada para o novo embarque. Um outro impacto estonteante para nós foi adentrar o universo do free shop, vencida a etapa do embarque no portão correspondente. Por tudo que ele encerra de fantásticos importados, será merecedor de uma próxima crônica. Quando decolamos no rumo da Argentina, ultrapassados todos os traços das rotinas legais, ficamos sonhando a bordo como seria nossa estadia à medida que a aeronave ganhava espaço e amplidão nos céus brasileiros.