Paris
era um apartamento nos arredores de Paris, não muito pequeno, tipo loft, um cômodo só. um espaço de dormir, um espaço de estar, uma cozinha americana bem equipada e uma varanda maravilhosa que me trazia pra dentro de casa o suburbio de Paris.
voce morava no prédio em frente, de fachada antiga e charmoso
passava sempre pela minha calçada, de manhã cedo, bem vestida e pegava o metrô.
íamos quase sempre no mesmo vagão e nossos olhares se trocavam de vez em quando
voce sempre se mostrou muito discreta.
era uma terça-feira,fazia um sol de outono e as ruas estavam mais bonitas
um pequeno acidente na Linha Central paralisou todos os trens nas imediações causando um atraso de mais de tres horas
ficamos na estação esperando a hora de poder embarcar.
foi a primeira vez que vi voce sorrir
era simpática e inteligente
gerenciava uma empresa brasileira de cosméticos e viajava muito para o Brasil.
conversamos durante horas, o bastante para me causar um impacto com seu charme discreto
me dando um certo frison
passei a não escutar o que voce dizia para admirar a sua boca e o seu corpo
voce percebeu minha súbita atração e tentava disfarçar a sua
a conversa passou a girar em torno de relacionamentos amorosos
voce tinha uma paixão antiga
guardava uma mágoa no peito que de vez em quando incomodava
marcamos um jantar num pequeno e charmoso restaurante no bairro
nos beijamos no rosto quando chegamos e pude sentir melhor o cheiro da sua pele
sentamos numa mesa no canto
a comida era agradavel e o vinho conveniente
bebemos um pouco alem do normal
rimos muito
nossas mãos já se tocavam naturalmente
num movimento impulssivo acariciei o seu rosto e beijei sua boca
voce retribuiu
nos beijamos mais vezes e resolvemos continuar o vinho na minha casa
recostamos no sofá, nos abraçamos e passamos a nos acariciar
tiramos naturalmente nossas roupas
já beijava quase freneticamente a sua boca
acariciava seus seios macios
suas mãos alisavam e apertavam minhas coxas
nos amamos a noite inteira
e entre beijos e promessas combinamos de viajar juntos para o Brasil
disso já se passou um ano
inacreditavelmente nunca mais eu vi voce
nunca mais voce passou na minha calçada
nunca mais voce passou na minha porta
nunca mais nos encontramos no metrô
já nem tenho muita certeza se voce realmente existiu na minha vida