Medo, Sedução e Paixão - Parte I - O Encontro com o Desconhecido

Leitorinhos. Estarei publicando meu primeiro folhetim, com capítulos diários e extrondosos.

Aí vai o primeiro capítulo. Ó:

Estava nervosa. Não escondia seu tom exasperado. Fumou um, dois, três cigarros seguidos. Suspirava e respirava fundo, ansiava que algo ruim iria acontecer. Deixou sua bagagem, diversas malas que continham sua vida, foi a um bar próximo e pediu uma dose de tequila, e mais uma. Tomou num gole. Voltou e tomou duas doses de soporíferos. Duas! Subiu no avião, ansiosa, com medos do seu maior medo da vida. Voar. Sempre dizia que preferiria o chão.

Acomodou-se na poltrona e logo um sujeito sentou-se ao seu lado. Ele era grande, gordo e com aspecto de terrorista suicida. Daqueles com bigodinho e cara fechada, que não temem nem um pouco a suposição da morte. Sentiu um frio na barriga acompanhado por um medo estonteante diante àquele sujeito horrendo. E logo dormiu. Acordou diante de uma turbulência, o avião tremia e um som estranho saía das caixas de som do avião, uma voz rouca e grave que ela, ainda atordoada, não conseguia identificar. Olhou parar o relógio e notou que dormira por apenas quinze minutos. Um quarto de hora que lhe pareciam uma eternidade. Lembrou do sujeito, olhou em torno e ele não estava mais lá, ao seu lado. Teve mais medo. A turbulência continuava, a voz agora era ainda mais inteligível. Precisava de um cigarro. Levantou-se cambaleante e seguiu até o banheiro. No corredor deu-se com o sujeito, ele vinha em sua direção, olhando para ela, fixamente, em seus olhos. Parou diante, pegou em suas mãos e lhe disse. Fique calma! Ela puxou, deu-lhe um encontrão brusco e foi ao banheiro. Trancou-se, respirou fundo e vomitou. Teve ânsias e enjôos. Deveria ser pelo medo que sentira. Precisava de um cigarro! Sua vontade aumentava e aumentava. Tremia, não conseguia esconder sua excitação. O avião agora acalmara, as turbulências já haviam diminuído. Abriu a porta do banheiro, ainda um pouco confusa, visão turva, mãos trêmulas. Enfim, deu de cara com o sujeito. Que novamente olhou em seus olhos, pegou suas mãos e dessa vez as beijou.

- Ricardo Rondelli. Comediu. Um prazer inexplicável conhece – lá. Sua voz era firme, forte e rouca. Suas mãos eram macias e pesadas, sabiam como pegar as mãos de uma mulher.

Ela sentiu um arrepio. Um arrepio que lhe subiu pelos tornozelos, alçou as pernas, pousou sobre os genitais e enfim chegou ao pescoço. Sentiu-se atraída, excitada. Nunca um gordo de bigodinho com tom suicida lhe proporcionou tamanha admiração. Sabia como tratar uma mulher. Ah sabia! Mulheres gostam de ser bem tratadas, necessitam se sentir almejadas, veneradas.

- Cristiani.

Respondeu baixo. Cristiani com i.

Logo, logo o próximo capítulo de Medo, Sedução e Paixão.