ZÉ CASSIMIRO

ZÉ CASSIMIRO

O Pai de Zé Cassimiro tinha o apelido de Civuca e apesar de tocar sanfona, como o artista paraibano, não era da Paraíba, nem albino como seu xará. Cassimiro, o Civuca, era um baino preto retinto e tão bondoso quanto o pai Tomás da cabana. Criou uma numerosa família, entre eles, Zé Cassimiro.

Um fato curiosa acontecia nos tempos em que o cloro não era adicionado à água usada no consumo humano: a proporção era apenas uma pessoa careca para cada três mil habitantes. Civuca era meio careca, uma alma boa, a ponto de fazer-se surdo quando os meninos diziam: “Cassimiro Coco, seu cabelo é ruim, mas é pouco”

Seu Cassimiro, não teve nenhum conflito com proprietários de terras. Viveu numa época em que existiam muitas áreas devolutas no Brasil e podiam ser demarcadas, tanto quanto as posses permitissem cercar e cultivá-las. Assim, mesmo sendo um homem pobre, deixou uma garra de terra para os herdeiros, de sorte que, em pequena escala Zé Cassimiro foi pioneiro no cultivo e comercialização do caju in natura – um filão que tem favorecido o Piauí e o colocado entre os maiores produtores de castanha do país, nos últimos tempos.

Porque não explorar o potencial de terras arenosas, propícias à cajucultura? Quanto recurso público tem sido derramado em reflorestamentos de eucalipto! Há indícios de que o eucalipto empobrece o solo e seca nascentes, e, além disso, não produz polpa comestível como o caju, mas apenas madeira de baixa qualidade, um bom atrativo para cupim.