PÉTALAS QUE BRILHAM NO INFERNO...

"O inferno dos vivos, se existe, não é o que foi nem o que será; é aquele que formamos vivendo juntos. Há duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil: é você adaptar-se ao inferno até ao ponto de não mais percebê-lo; a segunda é árdua e exige atenção e cuidado contínuos - e nela reside a sabedoria - que é no meio do inferno você descobrir quem e o que não é inferno e preservá-lo e abrir caminho e ir adiante." (Ítalo Calvino, As cidades invisíveis).

Há sentimentos que nos são caros por excelência e um deles, a meu ver, é a empatia. Não à toa que nos tornamos adeptos a determinadas correntes de pensamentos e convicções, não à toa que nos sentimos hiper-satisfeitos ao ler algo de uma amiga, ou um amigo, enfim, são os misteriosos laços que nos atrelam nas invisíveis correntes do amor. E como é bom amar...

Não foi diferente ao ler Ítalo Calvino, foi deveras uma identificação subjetiva indescritível. Como diria Drummond, em sua obra-prima - As sem razões do amor - ama-se porque ama e não há explicação. Assim nos ocorre em determinadas circuntâncias.

Se o inferno existir, aqui na terra, como bem disse Calvino, cabe-nos buscar a diferença - o que não é inferno - e, sabiamente, adicionar em nosso viver. Muito embora haja grandes dificuldades, mas torna-se essencial.

E quantas pessoas que convivem num verdadeiro inferno, achando que estão no paraíso! Basta abrirmos o jornal, ligar a televisão, principalmente na "plim-plim", que estaremos visualizando um sem fim de informações que nos remetem ao que Dante tanto relutou.

E por onde começar, na busca dessas pétalas que brilham no "pretenso" inferno?

Junto-me, em clamor e humildade àquele que fez de sua vida uma lição: São Francisco de Assis, que dizia:

"Começe a fazer o que é necessário, depois faça o que seja possível, quando menos esperar estará a fazer o impossível!"

E uma das boas maneiras que encontro que afloram várias pétalas que reluzem o puro prazer e aprendizado é, sem dúvidas, a companhia de você, aqui nesse recanto.

Obrigado por você brilhar nesse universo de apagados e insignificantes paradigmas. Você faz a diferença e soma-se a minha rede de não infernos nesse mundo de Deus.