..OGÃ DE CORTE, TAMBÉM SOFRE...!

Recebi seu recado logo que cheguei da faculdade. Era Naiá. Pela discrissão, era importantissímo. Deixei os livros na mesa, saí apressado. Chegando por lá, ela já me esperava. Contou-me do que se tratava. Para mim, algo muito simples. Bastava está com os igredientes. Fiz a lista. Ela se comprometeu em adquirilos o quanto antes. Gostaria se resolver logo-logo. Marcamos para as 22:hs da noite de sexta-feira.

Encontre-ia as 21:40. Estava um tanto aprensiva. Porque não dizer, com medo mesmo.

_ Dy, será que vai dá tudo certo?

_ Claro que vai, não se preocupe criatura! O que poderia dá errado?

_ Sei lá.

_ Por acaso, você tá fazendo mal para alguém? Você sabe que não costumo fazer isso para o mal de quem quer que seja.

_ Claro que não. Por acaso eu tô doida. É só prá abrir caminhos.

_ Então, não há com quê se preocupar, vamos nessa.

Saimos em direção a antiga pedreira. Ficava não muito longe de nossas casas. (O governo municipal, havia retirado a pedreira do caminho, para a construção de duas vias de acesso ao porto da capítal, lá as comunidades de santo, costumavam realizar oferêndas para seus orixás. A mata restante, continuava conservada, foi uma das solicitações do povo). Chegando lá a orientei que ápos a oferênda, não olhasse para trás, o que acontece alí, não nos entereça ver. Solicitação feita, cumpri meu compromisso dentro dos preceitos aprendidos.

Havia feito limpesa de corpo, pois não queria padecer com as consequências. Ela compriendeu perfeitamente. Como ogã de corte, (Aquele que no candomblé é responsável pela matança de aves e animais de quatro patas). Fiz tudo dentro dos ensinamentos. Convide-ia a sairmos e lembrei mais uma vez que não olhasse prá trás. Saimos. Curiosidades aparte, ela não se conteve. Olhou para trás. Arregalou os olhos e saiu em desparada. Como eu já sabia prá onde ela iria, limitei-me a andar calmamente. Chegando por lá, a coitada estava que dava pena, acho que já havia bebido um litro de água-com-açucar. Eu a liviei do choque, e fui. Ela prometeu-me, tão cêdo não caí em outra. Eu sorri e fui dormir um pouco, precisava beber água também.