NOVA TRAGÉDIA; NOVA REFLEXÃO

Há algum tempo publiquei no Recanto das Letras uma crônica intitulada “Desequilíbrio; Nascer e Morrer”, onde desenvolvi uma tese a respeito dessa questão do desequilíbrio entre o nascer e o morrer, considerando que a densidade demográfica assuta sob o ponto de vista do crescimento das populações mundiais, eis que jamais – sem uma política de controle – haverá um equilíbrio entre esses dois pólos, cujo resultado é o agigantamento das raças e dos povos, como se observa, por exemplo, na China e na Índia.

Agora, o assolamento e a tragédia se abateu sobre o povo de MIANMAR, um paíse quase esquecido no continente Asiático. Os noticiários dão conta de que devem ter perecido nesse episódio natural cerca de 80 mil a 100 mil pessoas. Vê-se por fotos extraídas pelo sistema avançado de monitoramente da NASA que o rio Irrawaddy e o Mar invadiram quilômetros do solo daquele País levando consigo muitas vidas e deixando um cenário horroso de destruição das regiões urbanas e das regiões rurais.

A pergunta agora é de ordem transcendental: Qual a razão das tragédias se situarem em região tão pobres? Quem não se lembra do Tsuname que avançou por outro País do continente Asiático e dizimou milhares de vidas humanas! É cediço que o desequilíbrio evidenciado nos fenômenos naturais se deve a ação humana que em nome do progresso tem destruído os laços universais de segurança que são inerentes à vida em nosso planeta. No entanto, os maiores fenômenos são evidenciados na Ásia nos últimos tempos. Aí entra minha teoria transcendental de ordem metafísica, pois o nosso Criador maior, nessa tarefa que ele não desejou, tem de fazer a “varredura mortal” por existir maior número de pessoas nascendo do que morrendo.

Outra grande questão é que esses fenômenos estão chegando em países de Governos tiranos e déspotas que se instalaram à custa da força brutal, fazendo com que esse povo sofrido amargue todos os dissabores de um Governo tirano que só age em nome de suas próprias pretensões. Será que Deus quer mostrar a esse povo que o lado do “além-vida” é melhor pra eles ficarem do que ao lado de homens tão maldosos? O curioso é que os noticiários demonstram que cerca de 40% das mortes são crianças, o que nos leva a crer que esses fenômenos devem ter alguma explicação no mundo da espiritualidade.

Enfim, o fato é que MIANMAR é governado desde 1962 por uma Junta Militar que conduz seu país à “mão-de-ferro”, impedindo a entrada de capitais estrangeiros e impedindo o seu desenvolvimento, tanto que neste momento de tragédia, os mentores da soberania daquele País querem impedir que ajuda humanitária se instale naquele torrão, com medo, evidentemente, que países mais evoluídos levem também outros recursos para combater a tirania, explorando, inclusive, como forma de notícia e evidenciando para o mundo os demandos que existem nas ações governamentais, como toque de recolher, mortes, truculência etc. etc.Aliás, os noticíarios tem anunciado de que nem a Intenet pode ser acionada naquele País, para que a população não venha a despertar para mecanismos de conscientização.

Por outro lado, essa Junta Militar que governa MIANMAR ao invés de se dedicar ao episódio com todas as suas forças, demonstrando que nessa hora deve agir para assegurar a defesa do cidadãos atingidos pela tragédia, simplesmente se recolhe nos palácios e as pessoas martirizadas pelo episódio é que estão se movendo, em companhia dos monges budistas, para fazer limpeza de ruas e das residências atingidas pelo Ciclone Nargis.

Somente agora, depois de passados muitos dias é que a ONU, com sua interferência, conseguiu convencer a Junta Militar a injetar no país uma verba expressiva de 10 milhões de dólares, através da Agência de Coordenação de Assuntos Humanitários, localizada em Genebra. Além disso, estão sendo abertas novas possibilidades de ajuda através da interferência de outros países que desejam oferecer ajuda humanitária, no entanto, estes países que querem ajudar prezam pela lisura do processo de distribuição desses socorros e exigem que os recursos cheguem diretamente à população com medo que os governantes se apossem dos bens e não os repassem a quem a ajuda é destinada.

Nós brasileiros – aqui de tão longe – só temos a rezar e pedir a Deus que seja complacente como o povo que sofre, pois além de serem recepcionados pela fúria da natureza, também estão sendo trucidados pela fúria daqueles que o governam.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 08/05/2008
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