Que Noite!

Há uns cinco dias ela chegou e em pouco tempo me derrubou. Dizem que dura no máximo sete dias, mas comigo nunca foi assim. Ainda estou sentindo os arrepios do início. Sim, porque a gripe ou a virose, como queiram, tem seu ciclo evolutivo e se não for atacada quando chega, não dá mais para interrompê-lo. Já senti os calafrios, já senti meu corpo todo doer como se um elefante tivesse caído por cima de mim, passei os dois primeiros dias numa moleza tal que só lembro da cama e da mesa, pois gripe abre o meu apetite (ainda por cima engordo!). Tomei um poço inteiro de água e a sede não passa. Parece ressaca mais eu juro que não bebi. Minha cabeça não é minha, ou assim me faz sentir. Quando falo a voz que ouço é muito diferente da minha. Ontem não dormi quase nada. Cada vez que adormecia o cérebro avisava que eu não estava respirando de tão congestionada que minhas vias respiratórias superiores estavam e eu acordava. E foi a noite inteira assim. O calor e a tosse me levaram a lembrar os poetas românticos acometidos de tuberculose. O ar condicionado piorava a constipação. Sem ele eu me acabava de calor. Que noite! E ainda tem mais: comecei a tossir, mas ainda não é aquela tosse. Só há um conforto. Não estou só nessa. Tem muita gente gripada e pelo telefone estamos sendo solidários. Bem, não acredito que a gripe se vá no sétimo dia, mas tenho fé que não me matará. Ninguém dá a mínima para quem está gripado, mas como diz uma amiga, " gripe é doenção".

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 07/05/2008
Reeditado em 07/05/2008
Código do texto: T979423
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