A dor de uma mãe
Nascemos pra ser mãe
Fêmeas, delicadas, instintivamente cuidadosas.
Nascemos pra gerar vida
Sarar feridas, oferecer o peito, o leite genuíno.
Vivemos a todo instante na luta:
Por trabalho digno, colocação no mercado.
Salário que recompense nosso trabalho árduo.
Nascemos feministas
Arvorando a bandeira da honra e da fé
Da luta pela vida e amor,
Do sonho de se tornar mãe.
Lutamos contra um corpo estranho dentro de nós
Que só um milagre explica como o tal não destrói a nós
Ou não acabamos por matá-lo.
Mas lutamos e vencemos a tarefa bendita de ser mãe.
Como dói ser mãe, mas como recompensa um sorriso se irradia em nosso semblante ao ver o primeiro resquício de vida dentro de nós.
Como sofremos por antecipação ao parto, quantas dores nas costas, quantos enjôos, quantas noites mal dormidas, quanta ansiedade por ver nosso filho amado perto de nós. Mas vale a pena, a hora do nascimento é um mistério que invade a nossa alma e em milhões de lágrimas nos transformamos, viramos meninas outra vez, e nos comportamos como tal.
Quantas fraldas a trocar, quantos banhos a dar, quanto leite a procriar, Quantos atos infantis somos capazes de fazer pra amar, pra poder saciar esse desejo sobrenatural que é o de ser mãe!
Qual mãe não sofre ao perder um filho?
Mas qual delas deixa de ser mãe? Gestou no amor, no sonho, no desejo.E não importa se o filho morto é homem ou anjo ainda, nunca deixamos de ser mãe.
Talvez a dor da perda ou da separação nos faça impotentes e tristes com a data comemorativa às mães, entretanto ser mãe é uma dádiva divina e todos temos nosso destino traçado; a perda nada mais representa que um teste pra se alcançar grandes vitórias.Por isso
nunca deixaremos de ser mãe pois o filho de nós por Deus colhido permanece na eternidade à nossa espera e jamais sua estória será apagada do livro da vida.Lá só haverá alegria e um dia abraçaremos o filho distante, eternizado, por nós sentido e pulsado.A dor mais amarga de uma mãe: a separação pela morte do seu fruto bendito, que num piscar de olhos será reparado, sarado. Amaremos e louvaremos juntos na eternidade, os momentos que não vivemos juntos.