A questão indígena

Vinicius Lena

Começou a aparecer na imprensa nacional. Embora de maneira tímida, parecendo-nos haver certo temor da grande mídia em divulgar com mais contundência as questões da demarcação das chamadas terras indígenas nas regiões de fronteira do País.

Um exemplo típico disto é a questão sucitada entre arrozeiros – brasileiros – em face da demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol no Estado de Roraima. É inaceitável e inacreditável o que o Governo Federal está propondo, em nome  não se sabe  de quem  nem com que propósitos, querer  expulsar  brasileiros do próprio território nacional, como vem ocorrendo naquele estado.

Está agora a se avocar a interferência do Supremo Tribunal Federal para que isso ocorra realmente e que os 17 mil índios que lá vivem  permaneçam como únicos donos de um território com 1,7 milhões de hectares.

Em recente entrevista concedida à Globo News o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior manifestou sua preocupação e inconformidade  com o que  vem pretendendo o Governo Federal ao tentar expulsar os arrozeiros que lá estão há vários anos desenvolvendo uma agricultura moderna, proporcionando, inclusive, fonte de renda  ao elemento indígena através do trabalho na atividade agrícola.

Na mesma entrevista aquela autoridade disse achar  muito estranho que o mapa das reservas de minerais estratégicos que há no estado coincidir exatamente com  o mapa  pretendido  para a reserva Raposa Será do Sol. E deixou as perguntas no ar: “Quem é que fez a prospecção das reservas minerais que lá existem? Teriam sido os Waimiri-Atroaris ou os Ianomami?”  Segundo se sabe, de fonte segura, lá existem reservas  de Nióbio e Titânio, entre outro, como pedras preciosas e ouro.

Convém não esquecer que aquela reserva indígena faz divisa com a Guiana Inglesa, e fica muito próxima do Suriname (holandês) e a Guiana Francesa.

A nós brasileiros resta a esperança de, conforme já expressou o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, comandante Militar da Amazônia, ao definir como caótica e lamentável a política indigenista  do governo brasileiro (Ronaldo Ausone Lupinacci – neste jornal, edição 349 de 30-04-2008). E que não se cometa mais uma aberração institucional, a exemplo do que ocorreu na reserva indígena Ianomami, onde, em um território do tamanho da Bélgica, vivem 150 mil índios, que já falam inglês, e onde atuam as 3.000 Organizações Não Governamentais – ONGs – estrangeiras que ali circulam livremente, enquanto a entrada é vedada a brasileiros. 

Vinícius Lena
Enviado por Vinícius Lena em 07/05/2008
Reeditado em 07/05/2008
Código do texto: T978690