Alemanha 2 - À sombra de um Jatobá
De Duisburg pra Mülheim, uma estrada secundária e sinuosa. Uma região campestre com paisagem bucólica, ora margeando o Rio Ruhr, ora aproximando-me de propriedades rurais, casas de madeira e plantações bem cuidadas. Começo de primavera e a natureza depois de uma longa hibernação ainda se espreguiçando em verde claro.
Duisburg fica na exata confluência do Ruhr com o Reno e é o maior porto fluvial da Europa, por onde escoam as riquezas de uma das maiores e mais potentes concentrações industriais européias.
Novotel, salada primavera que eu imaginava algo assim como um prato muito fresco, com folhas, tomate, quem sabe um palmitozinho... com um tempero bem leve mas que se revelou num par de aspargos de tamanho descomunal, embebidos em manteiga derretida. Juro que não dá água na boca de lembrar.
Chope é o que há, de todas as marcas e prá todos os gostos. Tomá-lo envolve um certo ritual; temperatura de 3 graus (nada de estupidamente gelado como aquí) e as taças possuem uma marca para indicar a altura exata da espuma, nem mais nem menos. Agora mesmo estou vendo uma dessas aquí em casa. Como ela veio parar aquí? Por que a pergunta?
Fim de semana, carro a disposição, vou prá Colônia 120 km ao sul. A maior catedral em estilo gótico do mundo. Aí também nasceu a "4711 Echt Kölnisch Wasser", a mais famosa das águas de cheiro ou, simplesmente água de colônia, que tem esse "nome", e me ajuda aquí o amigo Raffert, pois Napoleão Bonaparte instituiu o número das casas.4711 era simplesmente o número da Rua onde a água de colônia foi criada.
Trajeto diário para a empresa: 20 quilometros e poucos minutos, suficientes entretanto para que num daqueles dias eu ouvisse no radio do carro o Toquinho e a Aquarela do Brasil, não aquela mas essa:
"Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim
descolorirá..."
, provavelmente composta à sombra de um pé de jatobá no Duas Marias em Jaguariúna e que eu conheço bem.
"Ter meus amigos comigo, quem amo me amando, sim.
Longe do amor de quem nos finge amar.
Ver na manhã de um domingo meu filho sorrir pra mim.
Depois dormir à sombra de um jatobá."
Toquinho, gente finíssima também como gente, foi me visitar na Alemanha há mais de 150 km por hora. Nunca mais esquecí.
De Duisburg pra Mülheim, uma estrada secundária e sinuosa. Uma região campestre com paisagem bucólica, ora margeando o Rio Ruhr, ora aproximando-me de propriedades rurais, casas de madeira e plantações bem cuidadas. Começo de primavera e a natureza depois de uma longa hibernação ainda se espreguiçando em verde claro.
Duisburg fica na exata confluência do Ruhr com o Reno e é o maior porto fluvial da Europa, por onde escoam as riquezas de uma das maiores e mais potentes concentrações industriais européias.
Novotel, salada primavera que eu imaginava algo assim como um prato muito fresco, com folhas, tomate, quem sabe um palmitozinho... com um tempero bem leve mas que se revelou num par de aspargos de tamanho descomunal, embebidos em manteiga derretida. Juro que não dá água na boca de lembrar.
Chope é o que há, de todas as marcas e prá todos os gostos. Tomá-lo envolve um certo ritual; temperatura de 3 graus (nada de estupidamente gelado como aquí) e as taças possuem uma marca para indicar a altura exata da espuma, nem mais nem menos. Agora mesmo estou vendo uma dessas aquí em casa. Como ela veio parar aquí? Por que a pergunta?
Fim de semana, carro a disposição, vou prá Colônia 120 km ao sul. A maior catedral em estilo gótico do mundo. Aí também nasceu a "4711 Echt Kölnisch Wasser", a mais famosa das águas de cheiro ou, simplesmente água de colônia, que tem esse "nome", e me ajuda aquí o amigo Raffert, pois Napoleão Bonaparte instituiu o número das casas.4711 era simplesmente o número da Rua onde a água de colônia foi criada.
Trajeto diário para a empresa: 20 quilometros e poucos minutos, suficientes entretanto para que num daqueles dias eu ouvisse no radio do carro o Toquinho e a Aquarela do Brasil, não aquela mas essa:
"Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim
descolorirá..."
, provavelmente composta à sombra de um pé de jatobá no Duas Marias em Jaguariúna e que eu conheço bem.
"Ter meus amigos comigo, quem amo me amando, sim.
Longe do amor de quem nos finge amar.
Ver na manhã de um domingo meu filho sorrir pra mim.
Depois dormir à sombra de um jatobá."
Toquinho, gente finíssima também como gente, foi me visitar na Alemanha há mais de 150 km por hora. Nunca mais esquecí.