Todo cuidado no mar é pouco

A missão era: levar para farol na ilha do mel, alguns materiais, eram mais de trezentos degraus para subir várias vezes ao dia e estava ficando cansativo, o fato de estarmos longe da família a mais de quinze dias era algo que nos deixava mais tensos com tudo que acontecia. No décimo segundo dia eu me machuquei e tive que voltar para Paranaguá, fiquei lá uns três dias e já estava bom quando recebi por rádio a determinação voltar levando medicamentos, pois um amigo tinha se machucado gravemente e precisava dos remédios. Quando recebi a missão corri para a Capitania dos Portos, onde arranjaram um barco para me levar até a ilha. Já era quase noite, mas o piloto da lancha me disse que daria tempo para chegar lá, só que voltaríamos bem tarde da noite. Entrei na lancha com os medicamentos e fui observando aquela natureza, talvez seja o lugar mais bonito que eu vi em toda minha vida, o local tem grandes ilhas que resumem a paraísos naturais incríveis. Quando cheguei à ilha vi meus amigos, fiquei com pena de alguns estavam realmente em má situação, entreguei os remédios e tratei de passar por rádio a situação de tudo ao resto da equipe que dava apoio em Paranaguá.

Com algumas horas que os remédios estavam na ilha dava para perceber que a fisionomia da equipe era outra, o piloto da lancha então decidiu que deveríamos partir, pois já era tarde e estava ameaçando chover, entrei na lancha e partimos, no meio do caminho pegamos uma grande tempestade e só dava para ver as ilhas quilômetros de distancia, me agarrei às cordas da embarcação, mas não teve jeito fui parar no mar, vi a lancha voltar, mas devido a escuridão e aos ventos ele não procurava no lugar certo, eu gritava, mas ninguém me ouvia, a lancha ficava cada vez mais distante e minhas esperanças de ser salvo eram cada vez menor, decidi então nadar até a ilha. Nadei umas duas horas e consegui chegar na ilha que tinha avistado da embarcação, eu não conseguia comemorar, pois meus músculos estavam muito doloridos, mas meu coração estava cheio de alegrias e a vontade de ver minha família de novo aumentava minhas forças. Peguei o isqueiro que estava no bolso, nunca deixei de ir a uma missão sem faca e isqueiro, tratei de procurar um abrigo e fazer uma fogueira para não morrer de frio.

Logo de manha, vi uma embarcação da Marinha passar, fiz sinal, mas ninguém me viu, mas ao entardecer uma patrulha me encontrou, fiquei super feliz de saber que eu iria voltar para casa. Aprendi que todo cuidado com o mar é pouco.