O HOMEM E A ÉTICA

Hoje parei para refletir sobre esse tema, até porque minha filha – fazendo um trabalho escolar indagou se eu saberia definir o que é ética? Eu lhe disse que ética é saber ter responsabilidade sobre nossa conduta, a ponto de sermos leais e honestos sobre o ponto de vista da moralidade e dos costumes, respeitando o direito alheio. Como assim pai? - Quis saber minha filha em sua linguagem de estudante. Então lhes disse que é muito simples de entender a ética, pois ela exige de nós que sejamos educados com os outros, respeitando as pessoas nas suas limitações, procurando não fazer com os outros aquilo que não desejamos para nós. Mesmo com essa explicação procurei ainda enfatizar que ética é trilhar nossa caminhada no sentido prático, dentro das mesmas teorias que pregamos no sentido teórico, ou seja, nunca enganar ninguém com um discurso pomposo, enquanto sabemos que não iremos fazer aquilo que prometemos. Fiquei assustado quando disse isso, porque ao fazer essa afirmação percebi que ela poderia pergutar sobre nosso Governo e aí eu teria que explicar muito mais coisas sobre ética. Mas, felizmente, ela ficou satisfeita com a resposta e disse que iria dizer para sua professora que ética é o respeito que as pessoas tem pelo seu semelhante, sabendo delimitar seu próprio direito que vai até onde chega o direito de outrem.

Nisso minha filha apresentou um episódio escrito que ela achou na internet sobre um menino que foi a uma pescaria com o pai. O menino pescou um peixe imenso, daqueles que jamais havia pescado no lado em que estavam. Mas como era um período defeso e de proteção ao meio ambiente e faltavam algumas horas para a abertura da pesca, oficialmente, o pai determinou que o filho devolvesse o peixe ao lago. O menino a contra-gosto devolveu o peixe, sob a seguinte observação do pai: - Meu filho agente até poderia ficar com esse peixe, uma vez que ninguém está vendo, até porque neste adiantado da hora ninguém iria perceber que estamos burlando a lei! No entanto, de nada adiantaria, pois a ética ensina que existe o certo e o errado. Ela também age quando ninguém está vendo. Nosso caráter é o mesmo no escuro como num dia claro. Tem valor em toda parte do Mundo, pois ele está dentro de nós em nosso coração!

Como o mundo seria bom se as pessoas conhecessem a fundo essa palavrinha mágica chamada de ética. O respeito de uma pessoa para a outra, pode até ultrapassar esse fenômeno quase extinto em nossos dias, pois a ética é bem próxima do amor.

Os homens de má-fé jamais conheceram a ética. Aquele ser desprezível que faz grandes discursos e empolga pela verbe, mas que no coração encarna a hipocrisia e o desrespeito ao ouvinte, não tem escrúpulos e a qualquer momento poderá apunhalar um amigo, um vizinho, um eleitor, um companheiro de serviço, um chefe imediato, um colega de farda, um parceiro de “pelada”, enfim, aquele que não tem ética também não tem consciência e não tem dó daquele que será sacrificado pelo caminho na buscas dos seus mesquinhos objetivos.

Disse o alemão MAX WEBER (1858-1920 – grande pensador do marxismo) de que: “Temos que ver com clareza que toda ação eticamente orientada pode ajustar-se a duas máximas fundalmentalmente distintas entre si e irremediavalmente opostas: ética da convicção e ética da responsabilidade...a ética da convicção leva em conta apenas princípios que norteiam os atos, enquanto a ética da responsabilidade sopesa também as conseqüências que podem advir deles...Quando as conseqüências de uma ação realizada conforme uma ética da convicção são más, quem a executou não se sente responsável por ela, antes responsabiliza o mundo, a estupidez dos homens ou a vontade de Deus que os fez assim. Quem atua conforme uma ética da responsabilidade, ao contrário, leva em conta dodos os defeitos do homem médio”.

Evidente que essa tal de ética de convicção é aquela utilizada por muitos homens público como parâmetro para fazer tudo o que pensam, mas nem tudo é o que deviam fazer, pois atribuem a culpa ao povo, em face de sua cultura, da sua subserviência como eleitores etc.etc.

Enfim, a todos nós cabe uma responsabilidade como pessoas. Temos direitos, mas também temos deveres. O homem de bem deve lutar com todas as suas forças pelos seus direitos, pois sempre haverá alguém (anti-ético) querendo lhe “puxar o tapete”. Em contrapartida, temos de ter consciência que também devemos prestar contas de nossas obrigações, pois quando atuamos no mundo civil que envolve o trabalho e o capital, haverá pendências obrigacionais entre as múltiplas relações e cada um deve responder por seus atos de medida de suas responsabilidades.

Cabe a todos nós que desejamos um mundo melhor, procurarmos entender a ética, porque assim estaremos contribuindo sobremaneira para a evolução dos homens no contexto de sua proximidade com outro ser de igual direito e de igual dever.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 06/05/2008
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