Os Relacionamentos e a Hipocrisia II
Escrevi minhas impressões sobre a hipocrisia e o amor em outro texto. Volto ao assunto, revisitando o termo consoante o Dicionário Houais que assim o define: "característica do que é hipócrita; falsidade; dissimulação; ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, intenções; fingimento, falsidade; caráter daquilo que carece de sinceridade".
Não proclamo a verdade acima de tudo. Estou certa de que muitas vezes a verdade pode fazer um mal maior do que uma mentira diplomática.
O que critico é a hipocrisia como um dos fundamentos das relações. Há pessoas hipócritas e relações hipócritas. Relacionamentos baseados na dissimulação. Onde um finge que não faz e o outro finge que não vê. Se funciona, ótimo!
O que me aflige é a ausência de verdade na essência. Quando a hipocrisia é base de um relacionamento e posteriormente de uma família. Pessoas que se unem com propósitos diferentes e velados, formando famílias quase sempre frustradas.
Quando há amor, desejo e respeito recíproco não há espaço para a hipocrisia. Há confiança no outro, tornando desnecessária a farsa. Um deslize inconfesso não vai afetar a dinâmica desse relacionamento.
Todavia, há relações formadas por dissimulações. Todos fingem. Ninguém expõe suas verdades. Os pais iniciam a farsa e passam meias verdades aos filhos de quem cobram um comportamento que eles não têm.
Não prego a verdade nua abalando as estruturas emocionais dos que formam uma relação amorosa. Falo da verdade dos sentimentos. Não é a sinceridade ao pé da letra que deve ser valorizado, mas a sinceridade das emoções e o respeito genuíno pelo outro.