......DO BALÁIO GRANDE....

Ele chegou correndo.

_ Professor, o sr. tá aqui a muito tempo?

_ Faz uns dez minutos.

_ Ah! então não passou ainda.

_ Então é. (Sem entender nada).

_ Nunca se atrasa. (Olhou o relógio). Não disse. (Apontou-a). Vou chamala.

_ Não vá atrapalhar.

Ele acenou. Ela aproximou-se sorrindo. Colocou o baláio no banco. Só em olhar a mercadoria já senti o ardor. Ela era apimentada. Ele a conhecia de outros carnavais. Segundo contou-me, já eram amigos desde quando morava no suburbio.

Algo de encher os olhos. A moça do baláio, como ele chamava. Parecia uma deusa do ébano. Tinha molejo e graça para vender as pimentas. Disse que regava as própias com seu mijo. Sorri sem graça. Ele comprou uma porção. Ela sorriu e se foi, mexendo de um lado pro outro o baláio grande. E como era grande.