ORA SEBO!

ORA SEBO!

(Chandelli)

Por que dizemos que nos arrependemos de “não ter feito tal coisa”, se o arrependimento é exatamente o pesar por “ter feito algo”?

Por que as pessoas que juram não ser preconceituosas se ofendem quando são confundidas, por exemplo, com homossexuais?

Por que certas pessoas ou grupos de pessoas fazem tudo para se distinguirem, e quando são tratadas com distinção, reclamam que estão sendo discriminadas?

Por que, normalmente, quem defende a liberdade de expressão censura quem se expressa contrário a ela?

Por que os livros de História datam a invenção da escrita, e nada dizem da invenção da leitura?

Por que os primeiros vestígios da humanidade são chamados de Pré-Historia, se são contados através da História?

Por que chamavam de bobo, alguém que, sem instrução formal, vivia, de graça, dentro do palácio e ainda sabia dos bastidores da corte?

Por que os países fizeram tantas guerras pra se separarem e, agora, estão em vias de guerrear para se unificarem novamente?

Por que os políticos criticam a falta de integração entre os partidos, já que o nome é partido?

Por que se diz que a escola pública é gratuita, se tudo que tem nela é comprado e os profissionais que lá trabalham são pagos?

Por que as letras do nosso alfabeto são substantivos masculinos, se a palavra letra, em si, é feminina?

Por que os professores “torturam” a gente pra que aprendamos juntar as silabas em palavras e, mal aprendemos, eles começam a “bater-cabeça” de novo, agora para nos fazer separá-las?

Por que nas séries posteriores nos ensinam que a Terra possui 3% de água doce, se na primeira nos ensinaram que a “água é insípida”?

Por que lamentamos dizendo “não tenho nada”, se isso (o nada) é algo que ninguém tem?

Por que chamamos a genitália humana de “partes íntimas”, se todo mundo tem e sabe que os demais têm? E, o que é pior (ou melhor), quase todo mundo a “compartilha” com quase todo mundo?

Por que o ser humano resiste (a ponto de chorar) quando é pra nascer, e resiste (mais ainda) quando é pra morrer?

Por que as mulheres dizem que “homem é tudo igual”, mas brigam entre si para não ficar (ou para ficar) com “qualquer um”?

Por que dizemos “parabéns por MAIS um ano de vida”, quando a pessoa, à medida que envelhece, vai tendo, de fato, é MENOS anos de vida?

Por que as mães, antes de baterem nos filhos, sempre perguntam se eles “querem apanhar”? (não seria mais prudente perguntar se elas querem mesmo bater)?

Por que reclamamos quando gastamos dinheiro, se não há como usufruirmos dele de outra forma?

Por que quase nunca poupamos um(a) acidentado(a) do famoso “como foi isso?”, mesmo sabendo que todos que nos antecederam, já fizeram essa bendita pergunta?

Por que, em casos críticos, os médicos sempre hesitam apresentar o resultado ao paciente, se este fez o exame justamente porque deseja saber qual o problema?

Por que tem coisa que a gente paga (às vezes, caro), mas torce pra nunca precisar usar, como plano de saúde e seguro de vida, por exemplo?

Por que o seguro de vida tem esse nome, se ele não impede que a pessoa morra - ao contrário, ela só poderá “usufruí-lo” exatamente se morrer?

Por que o vendedor pergunta se o cliente “não quer entrar pra dá uma olhada”, se na verdade, ele está à procura daqueles que querem?

Como descriminar, no Brasil, dependente de drogas ilícitas de criminoso, já que o consumo é permitido, mas o cultivo e a comercialização são proibidos?

Por que, via de regra, a pessoa faz questão de explicitar no testamento lugar onde quer ser enterrada, se, depois de morta, não vai poder comemorar nem protestar?

ORA SEBO!

Por que eu pergunto tudo isso, se eu sei que ninguém, em sã consciência, vai perder seu tempo tentando responder?