Reticências...
“Eu não gostaria que significasse um ponto final, apenas reticências...”. Depois de algumas semanas saindo com ele, Ana está sentada em um bar com o rapaz reticente. E ele não é o único que existe no mundo. Alguns dias depois, Carolina se vê em situação parecida, também ouvindo a palavra ‘reticências’ em uma conversa com seu quase namorado atual. E a pergunta que não quer calar, tanto para Ana, quanto para Carolina, é: Por que os homens têm tanta dificuldade para finalizar um relacionamento?
Talvez eles realmente não queiram determinar um fim. Não é interessante descartar totalmente uma possibilidade, já que podem vir a precisar dela. É aí que entram as reticências, que têm se tornado bem comum. Vejamos pelo lado positivo. Os homens encontraram uma maneira delicada, culta, bonita e agradável de dizer: “Não quero você agora, mas caso não dê certo com a fulaninha, pode ser que eu volte a querer.” Espertinhos, não? Enquanto isso, as Anas, Carolinas, Renatas, Camilas, Andréas e Marias apaixonadas tentam se agarrar àquela possibilidade de reconciliação.
Vejamos o lado ruim. O tempo vai passando... (sim, reticências!) E essas mulheres apaixonadas estão lá, em banho Maria, assando no forno, esperando na gaveta do armário, anestesiadas por completo, até que alguma pontuação mais definitiva resolva aparecer. E nada. Reticências não garantem nada, não garantem conclusão. Enquanto isso, o homem que poderia ser o príncipe encantado da história, que já foi sapo, mas não é mais (pois todos eles já foram sapos, mas isso é assunto pra outra crônica), passa pela vida dela despercebido. E lá se vai a oportunidade de, talvez, um amor com ponto de exclamação.
Permanecer no espaço de tempo dos famosos três pontinhos, é como estar no limbo, onde nada existe, nada acontece, só existe a espera pela definição, nem que seja pelo dolorido e cruel ponto final. Então mulheres, proponho que cada uma de nós pontue a sua vida. Esse texto é nosso, essa história é nossa. Não podemos permitir que outras pessoas pontuem as nossas orações, escrevam a nossa crônica, definam as nossas vidas.