Do vestibular ao berimbau
Depois de muito se falar, principalmente nos meios acadêmicos e políticos nos últimos dias, a declaração de um professor da universidade federal da Bahia, uma reportagem sobre as universidades particulares, lhe deu meia razão.
Exageradamente, o professor declarou ao Jornal Folha de São Paulo, “Há uma inferioridade dos alunos baianos em relação aos outros. A prova foi uma mostra disso, o baiano é uma pessoa igual a qualquer outra, mas talvez tenha déficit em relação a outras populações. Não temos aquele desenvolvimento que poderíamos ter. Se comparados com os estados do Sul, vemos que a imigração japonesa, italiana e alemã, foram excelentes para o país. Aqui ficamos estagnados".
Não contente com esta declaração, afirmou ainda, “que o olodum é só barulho e os Baianos só tocam berimbau pelo fato deste instrumento possuir uma só corda”. Tachado de racista, foi crucificado por meio mundo.
Sem tirar o professor para santo, nem para Cristo, houve exageros de ambas as partes. Políticos influentes e populistas, que pensam igual ou pior, vieram á publico jogar a pá de cal sobre o defunto. Na referida reportagem em rede nacional. Crianças de nove ou dez anos, passaram no vestibular para uma universidade, antes, um de oito anos, inclusive conseguiu inscrição para cursar uma faculdade.
Quem são os tocadores de uma nota só?
Certamente não são estes alunos massacrados pelas notas do ENADE, mas sim os governantes famigerados pelos votos fáceis de eleitores invisíveis a programas efetivos. Atiraram a educação no fundo do poço. Agora jogam a culpa num professor que foi infeliz numa declaração. Fazem dele o bode expiatório. Mania de os outros é que são os vilões.
Não é só na Bahia que vemos esta retração educacional, é geral, toma conta do país numa velocidade espantosa. Não há investimentos nas áreas públicas, e os políticos hipócritas sabem disso, pois os filhos deles não estão na rede pública. E a rede privada também vai mal, até o ensino básico, antigo segundo grau, vai melhor que nas graduações superiores, em que surgem universidades como capim. O ensino é a ultima coisa para se pensar, mas a culpa é daquele professor baiano por falar demais.
Também o administrador da Bahia, se furta apenas, á chamar o professor de imbecil. Com a boçalidade no poder, só poderemos formar mentecaptos, que irá formar inaptos e desqualificar o ensino, que forma estes administradores, em vez de providenciar melhorias, já que detem o poder das mudanças, ficam falando asneiras maiores para agradar ao povo eleitor neste nível de entendimento.
Certamente não é necessário curso superior para formação de puladores de carnaval, profissão reconhecida na Bahia, já que se tira férias do carnaval para trabalhar, tampouco para tocar berimbau, mas daí levar em conta a etnia dos dominadores torna o opinante tão mentecapto, ou mais, dos que ele vem a criticar com ideais nazistas. A forma como as coisas são priorizadas. Ora, onde o estudo é federal, há de convir que, se é ruim na Bahia, será igual no Oiapoque, ou no Chuí, em alguns estados os alunos correm atrás de seus objetivos, não somente atrás de um trio elétrico, que é bom, as pessoas precisam de diversão, mas depois que tenha motivos para comemorações, não se alegrar apenas para espantar a tristeza.
Numa revista em quadrinhos tem uma universidade do crime, para desespero da policia e um famoso detetive Inglês, no Brasil, ao contrário, não é necessário, as boas universidades formam bandidos. Uns por má conduta pessoal, outros por falta de condições de se formar, e uns mandam nos outros. Nem com um exército de capoeiristas e tocadores de berimbau defenestrará tudo que já se formou.